Dólar opera em alta, com decisões monetárias no radar

Por volta das 14h30 (de Brasília), a moeda norte-americana valorizava 0,96%, cotada a R$ 5,00.

O dólar comercial opera em alta na tarde desta quarta-feira (4), em dia de anúncio das decisões monetárias dos EUA e das novas taxas de juros no Brasil. Por volta das 14h30 (de Brasília), a moeda norte-americana valorizava 0,96%, sendo negociada a R$ 5,00 no mercado.

As apostas de uma alta mais agressiva na taxa de juros dos EUA, como medida para conter a inflação no país, seguem ditando a variação do dólar observada desde o início da semana.

Nesse contexto, investidores aguardam a decisão monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) que será anunciada na tarde desta quarta-feira (4). A expectativa é de um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, o que representa uma alta para o intervalo de 0,75% a 1%. A última vez em que a taxa de juros norte-americano sofreu um aumento dessa magnitude foi em maio de 2000.

Na externa, novas sanções econômicas contra Moscou dão o tom do mercado em meio à guerra na Ucrânia, que já dura mais de dois meses. A tensão vem se intensificando desde a semana passada, quando Moscou suspendeu o fornecimento de gás para a Bulgária e a Polônia, fonte de energia essencial para a União Europeia.

Na sessão de hoje, os preços do petróleo sobem mais de 3% após a presidente da Comisão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciar que os países europeus planejam deixar de comprar petróleo da Rússia em até seis meses.

No contexto doméstico, investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central referente a nova cotação da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. O anúncio será feito também nesta quarta-feira (4), após às 18h30 (horário de Brasília).

Atualmente, a Selic se encontra em 11,75%, e a expectativa é de elevação para 12,75%. Se confirmado, este será o décimo aumento seguido da taxa, elevando-a ao seu maior patamar desde janeiro de 2017, quando estava em 13% ao ano. 

Um aumento dos juros reflete diretamente no encarecimento do crédito e do custo da dívida pública. Com um financiamento mais caro, empresas podem também passar a investir menos, impactando negativamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda.

Na terça-feira (3), o dólar fechou em queda de 2,14% a R$ 4,96. O resultado representa uma alta acumulada de 0,40% no mês e uma queda acumulada de 10,98% no ano frente ao real.

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