Lula e Fed no radar

Dólar salta e atinge R$ 5,51, maior patamar em 2 anos

O valor foi o maior já visto desde 28 de janeiro de 2022, quando fechou em R$ 5,56

Foto: Unsplash / dólar
Foto: Unsplash / dólar

O dólar registrou uma alta forte na sessão desta quarta-feira (26). A moeda chegou à cotação de R$ 5,51, o maior nível já visto desde 28 de janeiro de 2022, na época, o valor chegou a R$ 5,56.

Como de costume, os agentes do mercado estiveram de olho no cenário político e as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foram bem vistas, elevando a percepção de risco fiscal no Brasil. 

Lula concedeu entrevista ao Portal UOL, quando disse que é preciso questionar a necessidade de cortar gastos ou se é necessário aumentar a arrecadação.

Segundo ele: “o que estamos fazendo agora é verificar se há alguma área com gasto exagerado, mas sem nervosismo do mercado”.

Em paralelo a isso, o dólar também teve impulso em escala global, em reflexo ao posicionamento de membros do Fed (Federal Reserve).

Salta projeção do PicPay para o dólar no fim de 2024

Devido a influências externas e ao agravamento das preocupações com o risco nacional, o dólar tem mantido uma tendência de valorização consistente nos últimos meses e não se espera que retorne aos patamares anteriores em um futuro próximo, de acordo com projeções do PicPay

“O dólar atingiu suas máximas em quase dois anos durante o mês de junho. Parte disso se deve ao exterior, mas os fatores domésticos são o que tem predominado na piora do dólar por aqui”, disse.

O economista-chefe da empresa, Marco Antonio Caruso, revisou sua previsão para o final de 2024, elevando-a de R$ 5,00 para R$ 5,30.

“O país vive um momento de incerteza fiscal, com o governo reduzindo o superávit projetado para os próximos anos e começando a ver um certo limite do ajuste fiscal sendo feito pelo lado da receita, evidenciado pela discussão do PIS/Cofins”, afirma o economista do PicPay.

A incerteza acerca da viabilidade da dívida pública é o principal elemento por trás da recente degradação observada no mercado cambial nacional.