Avaliação de mercado

Dólar: se PT for ao limite, vai dar saudade dos R$ 5,60, diz Stuhlberger

"O governo do PT quer sempre acelerar, vai no limite. Só que aí obriga o BC a brecar", disse o gestor da Verde Asset

Foto: Stuhlberger / Divulgação
Foto: Stuhlberger / Divulgação

Luis Stuhlberger, o presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, tem uma visão pessimista quanto ao Brasil e acredita que a moeda mais desvalorizada será permanente. Para ele, dependendo das decisões do governo Lula, a cotação do dólar pode atingir R$ 7, e causar saudades dos tempos de R$ 5,60.

“O governo do PT quer sempre acelerar, vai no limite. Só que aí obriga o BC a brecar, e se tirar esse equilíbrio, que é o que a [ex-presidente] Dilma [Rousseff] fez, colocando o [Alexandre] Tombini, aí há um estrago”, afirmou o gestor, segundo o “Valor Econômico”.

“Se isso acontecer, eu garanto que a coisa que você vai ter mais saudades é do tempo que conseguia comprar dólar a R$ 5,60, porque o dólar vai para R$ 7”, prosseguiu ele.

Contudo, mesmo expressando preocupação com o novo substituto de Roberto Campos Neto na presidência do BC (Banco Central), Stuhlberger não vê com maus olhos o principal nome cotado para o cargo, Gabriel Galípolo. O executivo não seria um ‘novo Tombini”, segundo ele.

“Se cortar o juro de 10,50% para 9,50% num cenário desse, já é muita coisa […] O juro nos oito anos do governo [Lula 1 e Lula 2] era de 15%, 16%, 17%. E o Brasil funcionava desse jeito”, avaliou. 

Dólar também deve sofrer se Donald Trump voltar, aponta Stuhlberger

O gestor da Verde Asset calcula que o dólar está 6,5% acima do preço justo, de R$ 5,25, no entanto, ele não vê um recuo do valor e lembra que, durante o governo Dilma, o prêmio subiu 20%, o que hoje seria um valor próximo a R$ 6,10, de acordo com o “InfoMoney”.

“Por que isso não vai ocorrer? Porque naquela época a gente tinha um déficit de conta corrente muito alto, de 5%. Hoje é de 2%”, afirmou Stuhlberger.

Para ele, outro destaque negativo seria um possível retorno de Donald Trump à Casa Branca, devido ao discurso de protecionismo econômico. “Esse dólar veio para ficar, a pasta de dente não vai voltar para o tubo”, frisou.

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