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No começo da tarde desta sexta-feira (28), o dólar acelerou alta e bateu o patamar de R$ 5,87, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializar a escolha de Gleisi Hoffmann, atual presidente do Partido dos Trabalhadores, para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
Em reação a isso, por volta das 14h30, o Ibovespa caía 1,06%, a 123.478,82 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subia 0,80%, a R$ 5,87 na venda. Na semana, a moeda acumula ganho de 1,84%.
Além da indicação de Hoffman, que preocupa os agentes do mercado por conta da inclinação da deputada com pautas mais à esquerda, que podem ameaçar o comprimento do arcabouço fiscal, o dólar também está reagindo à divulgação dos números do índice PCE (índice de preços de gastos com consumo) para janeiro.
O dado inflacionário apresentou alta de 0,3%, dentro das expectativas, mas ainda sinalizam que o Fed (Federal Reserve) deve adiar o corte na taxa de juros por algum tempo.
Dólar já vinha subindo na semana com exterior e Caged
Em uma sessão de repercussão negativa para os ativos brasileiros, o dólar fechou com alta de 0,83% a R$ 5,80 nesta quarta-feira (26), com impulso de fatores internos e externos. No pregão seguinte, de quinta-feira (27), o avanço foi de 0,47%, a R$ 5,82.
A forte geração de empregos formais no Brasil, registrada pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), junto às iniciativas de taxação por parte do presidente Donald Trump, aos países que importam produtos aos EUA, pressionaram a valorização do dólar.
No exterior, o dólar também sustentou alta frente às outras divisas, incluindo o peso do México e o peso do Chile — dois dos países possivelmente mais afetados por eventuais novas tarifas dos EUA sobre o cobre importado.
O republicano já havia ordenado, na terça-feira (25), uma investigação sobre possíveis novas tarifas em importações de cobre, para reconstruir a produção norte-americana do metal.
Um novo capitulo dessa questão se iniciou na quinta-feira, quando Trump confirmou que o tarifaço sobre o México, o Canadá passará a valer a partir do dia 4 de março sobre os países americanos, com possibilidade de taxação de 10% sobre os produtos chineses.
“Muitos analistas esperavam que as tarifas seriam uma espécie de ‘moeda de troca’ do governo Trump para conseguir concessões de seus parceiros comerciais, especialmente do Canadá e do México, em questões domésticas. No entanto, o que vimos é que a política de tarifas segue firme em seu processo de implementação”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
No quadro interno, as atenções se voltaram para a divulgação dos dados do Caged de janeiro pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que registrou a geração de 137.303 vagas formais, com o resultado muito acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 48.000 vagas.