
No pregão desta segunda-feira (10), o dólar comercial opera com alta de 1,26% frente ao real, a R$ 5,86, enquanto os investidores aguardam mais notícias sobre os planos tarifários dos EUA e uma série de dados de inflação ao longo da semana.
Além disso, o temor de que o país possa enfrentar uma recessão econômica tomou o mercado financeiro, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter se esquivado de comentar sobre a possibilidade, em meio às ações tarifárias contra México, Canadá e China.
Os resultados recentes de emprego dos EUA vieram mais fracos que o esperado em fevereiro. Na sexta-feira (6), os dados do payroll mostraram que o país criou 151.000 mil vagas de trabalho, enquanto a estimativa era de 160.000 vagas.
Além disso, os agentes financeiros também têm demonstrado pessimismo com várias pesquisas recentes, com relatos de uma deterioração da confiança e das perspectivas econômicas de consumidores e empresários, em meio às crescentes tensões comerciais provocadas pelas ameaças tarifárias de Trump.
Paralelamente, comentários recentes de Trump no fim de semana ampliaram o pessimismo dos mercados e fortaleceram o dólar, gerando a aversão ao risco observada nesta sessão.
Em entrevista concedida à “Fox News”, no domingo (9), Trump se recusou a prever se os EUA podem passar por uma recessão devido ao impacto de suas prometidas tarifas sobre Canadá, México e China.
Além disso, o presidente dos EUA também afirmou que o país passará por um “período de transição” por conta das ações que seu governo está tomando, mas disse acreditar que as consequências serão positivas no final.
Bradesco vê dólar a R$ 5,90 no fim do ano e Selic cortada em dezembro
O Bradesco revisou sua previsão para a taxa de câmbio, passando de R$ 6,00 para R$ 5,90 por dólar tanto no final deste ano quanto no próximo. Além disso, o banco projeta que o Banco Central ainda realizará um aumento de pelo menos 2 pontos percentuais na taxa Selic, alcançando 15,25%, antes de encerrar o ciclo de aperto monetário. As informações foram retiradas da reportagem do Valor Econômico.
A expectativa é que o primeiro corte da taxa ocorra na última reunião do ano, com a Selic reduzida para 14,75%, conforme relatório divulgado nesta sexta-feira pela equipe econômica do banco, liderada pelo economista-chefe Fernando Honorato Barbosa.
O Bradesco também revisou suas estimativas para o crescimento da economia brasileira nos próximos anos. Em 2024, o banco projeta uma expansão de 1,2% do PIB, um número mais modesto em comparação com as previsões anteriores.
A desaceleração esperada é reflexo de fatores como a continuidade do ciclo de aperto monetário e o impacto das reformas econômicas em andamento.
Já para 2025, a estimativa é de que o crescimento seja um pouco superior, mas ainda abaixo do esperado, em torno de 1,9%. Isso indica que a recuperação econômica será gradual, com desafios em termos de estímulo ao consumo e à atividade produtiva.
Em relação à inflação, o Bradesco acredita que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seguirá em patamares elevados nos próximos anos, permanecendo próximo dos 5% tanto em 2024 quanto em 2025.
Isso está relacionado ao custo mais alto do crédito, à volatilidade dos preços das commodities e à pressão sobre os preços administrados.