A negociação do dólar comercial à vista operou com forte queda e encerrou a sessão desta quarta-feira (20) caindo 1,09%, a R$ 4,97. A precificação perdeu a valorização que tem expressado desde segunda-feira (18), quando alcançou o patamar dos R$ 5, após 4 meses.
Neste pregão, o mercado financeiro interno foi movimentado pela decisão sobre corte de juros pelo FED (Federal Reserve) e expectativas com o Copom (Comitê de Política Monetária). No entanto, o mercado já observava a queda do dólar antes dos comunicados.
De acordo com o Valor Econômico, os relatos indicavam a entrada de dólares no Brasil, através dos exportadores. A moeda norte-americana perdeu ainda mais força com o anúncio de não alteração na taxa de juros dos EUA, que segue entre 5,25% e 5,50%
Além do dólar, o euro comercial também se viu encerrando a sessão com desvalorização em 0,60%, cotado a R$ 5,43. Enquanto isso, próximo ao fechamento do Ibovespa, o contrato futuro da moeda norte-americana, para abril, caia 1,17%, a R$ 4,97.
Tensões levaram dólar acima de R$ 5
O mercado estava tenso esperando pelos resultados da “Super-Quarta”, por conta disso, os investidores optaram por retirar os investimentos do Brasil e realocar em ativos nos EUA.
Especialistas falaram ao BP Money suas análises do cenário, após o ocorrido. Leandro Petrokas, diretor de Research e sócio da Quantzed, disse que os novos dados de inflação dos EUA estão pressionando a curva de juros do país.
“Com a expectativa de cortes de juros aqui no Brasil ao longo de 2024 e muita incerteza sobre o cenário dos juros lá fora, diminui a vantagem do carry trade (tomar dívida em dólar e aplicar em juros em real no Brasil)”, avaliou.
Segundo ele, há uma desconfiança do mercado em relação ao [plano] fiscal de 2024. Bem como, a real capacidade do governo de articular com o Congresso Nacional.
Enquanto isso, Yan Pedro, fundador da empresa Hey Investidor e da OPI Escola de Investimentos, observa o movimento dos investidores, que desencadearam a alta da moeda norte-americana.
“O Brasil teve, de fato, uma alta na bolsa neste último ano. Muitas ações alcançaram o topo histórico, como o Banco do Brasil (BBAS3), a Petrobras (PETR4), entre outras. Então os gringos surfaram essa onda do Brasil nos últimos dois anos, pegando em baixa e vendendo, agora, em alta”, afirmou.