Câmbio

Dólar vai subir mais em julho?

Política monetário dos EUA deve ditar o ritmo do dólar mais que outros fatores

Foto: Pexels
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Saindo de um semestre de alta, após superar o recorde que não alcançava desde janeiro de 2022, aos R$ 5,66, o dólar tem um salto nos primeiros pregões de julho, contudo, a tendência é que o movimento se estabilize. Se no cenário macroeconômico não surgir nenhuma novidade que eleve a moeda.

Conforme o Relatório Focus do BC (Banco Central), divulgado na segunda-feira (1º), as expectativas dos economistas é que o valor do dólar esteja bem acima dos R$ 5,20. 

Parte desse salto também se justifica pelas críticas do presidente Lula ao BC (Banco Central), nos últimos dias. No entanto, os caminhos que a moeda deve seguir serão ditados pela política monetária dos EUA, de acordo com o “InfoMoney”.

“Nos Estados Unidos, observar discursos de Jerome Powell, presidente do Fed, e dados econômicos importantes, como o relatório de empregos, serão fundamentais. Assim, um tom mais rígido de Powell ou sinais de fraqueza no mercado de trabalho podem influenciar a trajetória do dólar, afetando as expectativas de cortes de juros”, comenta Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.

Bazzo também indicou que o mercado financeiro deve seguir observando de perto, não apenas os embates entre Lula e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas também as questões fiscais, com o orçamento comprometido e a falta de cortes de gastos públicos. 

“A combinação dessas dinâmicas pode trazer movimentos voláteis no câmbio ao longo do mês”, afirma.

Lula: “é preciso fazer alguma coisa” em relação à alta do dólar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (2), que “é preciso fazer alguma coisa” em relação à alta do dólar frente ao real.

Lula, porém, não deu detalhes sobre o que deve ser feito, segundo ele, “porque senão estarei alertando meus adversários”.

O presidente disse ainda que há um ataque especulativo ao real e que voltará a Brasília na quarta-feira (3) para discutir o que fazer em relação à alta da moeda norte-americana.

Na véspera, o dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio. O real, por sua vez, teve o pior desempenho global no 1º semestre de 2024, com queda de 13,17%.