Via (VIIA3), dona da Casas Bahia, vai trocar CEO

Via contratou Renato Franklin, para a função de CEO, substituindo Roberto Fulcherberguer

A Via (VIIA3), detentora das varejistas Casas Bahia e Ponto, pretende anunciar em breve um novo CEO. Segundo o “Brazil Journal”, a companhia contratou Renato Franklin, para a função, substituindo Roberto Fulcherberguer, que está no cargo há três anos e meio. 

Renato assumirá o comando da companhia em 1 de maio. A decisão de substituir Fulcherberguer partiu da convicção do conselho de que os desafios da companhia estão diante de um novo ciclo.

“A companhia terminou um ciclo com geração positiva de caixa no ano passado, e agora tem que começar um novo ciclo com energia para alavancar suas vantagens estratégicas,” disse uma pessoa que participou das discussões. 

Fulcherberguer – que já havia trabalhado duas décadas na Via reportando-se a Samuel e Michael Klein – voltou ao comando da Via em julho de 2019, quando um grupo de investidores liderado por Michael comprou o controle da companhia num follow-on que deu saída ao Grupo Casino. 

Fulcherberguer recebeu a companhia com um desafio de R$ 5 bi de caixa e “não deixou a peteca cair,” e durante a covid soube pivotar a companhia com o  “me chama no zap,” uma estratégia que se tornou um case mundial, segundo essa pessoa próxima ao conselho. 

Renato comandava a Movida, parte do grupo Simpar, do empresário Fernando Simões, desde 2014. O executivo de 41 anos tem muita experiência em varejo, loja e operação, e traquejo em lidar com investidores. Também enfrentou o desafio de novas linhas de negócio – com as locadoras passando a ganhar dinheiro com os seminovos – e está acostumado a um mercado em que a concorrência é brutal. 

Como todo o varejo, a Via enfrenta um mercado em desaceleração com a Selic estacionada a 13,75%. A ação negocia a R$ 1,89, com a empresa valendo R$ 3 bi na Bolsa.

 

VIA tem prejuízo milionário no 4T22

No quarto trimestre de 2022, a Via (VIIA3), reportou prejuízo líquido de R$ 163 milhões, ante lucro de R$ 29 milhões no mesmo período de 2021.

O prejuízo líquido operacional atingiu R$ 65 milhões, contra lucro de R$ 125 milhões dos últimos três meses de 2021. Com isso, a Via terminou 2022 com um prejuízo líquido contábil acumulado de R$ 342 milhões, com margem líquida negativa de 1,1%. O prejuízo líquido operacional para o período foi de R$ 98 milhões.

A receita bruta consolidada (lojas físicas e online) do quarto trimestre cresceu 9% no comparativo anual, totalizando R$ 10,4 bilhões. A linha foi impulsionada pela receita das lojas físicas, que avançou 18,2%. A Via destaca que, na receita do segmento físico, houve alocação de R$ 350 milhões da renovação da parceria com o Bradesco nos cartões co-branded.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do quarto trimestre totalizou R$ 629 milhões, redução de 1,9% no comparativo anual. A margem Ebitda ajustada recuou 0,8 ponto percentual, a 7,1%.

No acumulado do ano, o Ebitda ajustado saltou 74,1%, de R$ 1,36 bilhão a R$ 2,38 bilhões, com a margem subindo 3,3 pontos percentuais, a 7,7%. A companhia destaca que houve ajustes não recorrentes relacionados à atualização dos processos trabalhistas, no valor de R$ 336 milhões, em 2022. Dessa forma, o Ebitda ajustado operacional somou R$ 2,71 bilhões, alta de 10% ante 2021.