Eleições 2022: quais ações podem subir com Lula e Bolsonaro

Assim como antecipado pelo BP Money, a bolsa de valores de São Paulo (B3) reagiu ao primeiro turno das eleições 2022 com um certo positivismo, em setores específicos, dado o fato de que Jair Bolsonaro (PL) teve um desempenho melhor do que o esperado nas urnas. Mas quais são os setores e as empresas que podem ser mais favorecidos em um governo de Bolsonaro ou Lula? O BP Money separou, de acordo com um estudo do analista Flavio Conde, da Levante Investimentos, as principais ações que podem ser beneficiadas pelos respectivos governos.

A começar pelos fatores macroeconômicos, que mexem com diversos setores da bolsa de valores, a inflação em uma possível manutenção do governo, no curto prazo, ficaria no mesmo patamar, enquanto que no governo Lula poderia subir. Isso porque o modelo de governo do petista prevê maiores gastos e, consequentemente, uma inflação maior.

Na visão do analista, o dólar é outro que poderia ter um movimento de alta com a entrada de Lula no governo. Com uma dívida maior, o risco País seria maior e os investidores tirariam o dinheiro daqui, em um movimento de aversão ao risco, fazendo com que o dólar subisse mais. Em um governo Bolsonaro, a perspectiva para o dólar seria de seguir no mesmo patamar atual, segundo o estudo de Conde.

Segundo Flavio Conde, o setor de bancos poderia ser beneficiado por uma reeleição de Bolsonaro. 

“O Lula, provavelmente, usaria o BNDES e o Banco do Brasil para aumentar os empréstimos e isso prejudicaria os bancos privados que poderiam perder marketshare”, disse Conde. 

De acordo com o analista da Levante, as estatais poderiam se beneficiar de um novo governo Bolsonaro. Isso porque, segundo Conde, o governo daria continuidade ao que foi feito durante os últimos anos, tendo como principal ponto a independência dessas empresas. Além disso, existem também as privatizações, que não são especuladas em um possível governo Lula e, por outro lado, são promessas do governo Bolsonaro desde 2018.

A Petrobras, por exemplo, passou por um processo de redução de seus ativos desde a entrada de Bolsonaro no Governo Federal, em janeiro de 2019.

“A Petrobras é uma empresa estatal, que em todos os governos teve algum tipo de interferência, então isso tem que ser considerado. Em um governo Lula, não daria, por exemplo, para falar: compre a Petrobras porque o petróleo vai subir. O petróleo poderia subir, mas o Lula, se presidente, poderia não acompanhar o preço”, explicou Conde, destacando que uma interferência do governo nas estatais é o que mais assombra o mercado em relação ao governo Lula.

“O principal é que com Bolsonaro eleito, continua como está e o risco de interferência é diminuído. Petrobras e Banco do Brasil são sempre precificadas com valor menor do que os pares do setor, porque não são privadas”, disse Conde.