A Eletrobras (ELET3) iniciou um movimento estratégico importante: contratou o banco BTG Pactual para assessorar a venda de sua participação minoritária na Eletronuclear. A decisão faz parte de um acordo firmado em abril com o governo federal, segundo informações divulgadas pela agência Reuters.
Essa movimentação marca um novo capítulo na reestruturação da Eletrobras após sua privatização em junho de 2022.
Dessa forma, o desinvestimento na Eletronuclear — que opera todas as usinas nucleares brasileiras — foi uma das condições estabelecidas para encerrar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), em que a União questionava os limites do seu poder de voto na companhia.
Acordo com a União amplia influência do governo
O acordo judicial entre a Eletrobras e o governo foi decisivo. A União obteve maior representatividade no conselho da empresa, mesmo sem deter o controle acionário.
Sendo assim, essa vitória política permitiu ao governo garantir maior influência sobre os rumos estratégicos da companhia, especialmente em setores considerados sensíveis, como o de energia nuclear.
A retirada da Eletrobras da Eletronuclear também colabora com a segregação das atividades nucleares — uma exigência de soberania que sempre foi defendida por diferentes governos e especialistas do setor energético.
BTG entra em cena para conduzir venda estratégica
A escolha do BTG Pactual como assessor financeiro reforça o foco da Eletrobras em realizar uma operação de venda bem estruturada e atrativa para investidores.
O banco terá a missão de encontrar potenciais compradores e conduzir o processo com máxima transparência e eficiência, respeitando as normas do setor e os interesses estratégicos do país.
Ainda não há prazo oficial para a conclusão da operação, mas a expectativa do mercado é de que a venda avance rapidamente, dada a importância do tema para os planos do governo e da própria Eletrobras.
Portanto, com esse movimento, a Eletrobras reforça seu posicionamento como uma empresa privada focada em eficiência, geração de valor e atração de investimentos no setor elétrico.
Em suma, a saída da Eletronuclear simboliza mais do que uma simples transação: representa um novo ciclo de governança e foco estratégico, alinhado às expectativas dos acionistas e do mercado.