A Eletrobras (ELET3;ELET6) informou na noite de sexta-feira (17) que conseguiu atender “todas as condições para o processo de desestatização” ao assinar novos contratos de concessão de geração de energia elétrica com suas controladas.
Em comunicado, a empresa destaca que os novos contratos englobam 22 usinas hidrelétricas (UHEs), e passam a vigorar a partir de sexta-feira.
Nesta semana, a gigante hidrelétrica esteve nos holofotes por causa da cerimônia de toque de campainha para celebrar a oferta subsequente de ações da Eletrobras na B3 (bolsa brasileira), ocorrida na terça (14), marcando a maior privatização do governo federal e colocando fim a uma era de controle estatal sobre a maior companhia brasileira do setor elétrico.
Na operação, consolidada na semana passada, foram vendidas mais de 800 milhões de ações da Eletrobras ao preço de R$ 42 para cada ação ordinária da empresa, movimentando R$ 33,7 bilhões.
Eletrobras fará aporte de R$ 5 bilhões para reduzir tarifas
Ainda na terça-feira, foi anunciado pela secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, que um aporte de R$ 5 bilhões da Eletrobras (ELET6) deverá ser realizado até o final de julho. O objetivo é reduzir as tarifas de energia em 2022, condição prevista no processo de privatização da gigante elétrica.
Os recursos deverão aliviar elevados reajustes tarifários de energia neste ano, que vêm pressionando a inflação e motivando ações populistas do Congresso e do governo, que estão visando o período eleitoral.
Várias distribuidoras de energia já tiveram reajustes na casa de dois dígitos aprovados para 2022, refletindo a alta dos custos com energia após a pandemia de covid-19 e a crise hídrica do ano passado.
Na quarta-feira (15), a diretora-geral interina da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Camila Bomfim, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, afirmou que o aporte de R$ 5 bilhões pode reduzir as tarifas pagas pelos consumidores em 2,3%.