Os empregados da Eletrobras (ELET3) das unidades do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Recife, Furnas Regional e Florianópolis realizam nesta terça-feira, 4 de junho, assembleias para votar a proposta final da empresa referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026.
Os sindicatos da categoria recomendam a rejeição da proposta, a deflagração de uma greve a partir de 10 de junho e a mediação do ACT pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Para tentar aprovar o acordo, a empresa retirou da mesa de negociações o corte de salários para quem ganha menos de R$ 16 mil e ofereceu um abono salarial, válido até a próxima sexta-feira (7), para aqueles que aceitarem a proposta. A categoria encontra-se em estado de greve desde a semana passada.
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“Os sindicatos entendem que a proposta ainda é muito ruim, pois retira uma série de benefícios históricos, divide a categoria, abre espaço para muitas demissões, além de trazer diversas incertezas e possíveis ilegalidades”, afirmou o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) em nota.
CNE contesta a Eletrobras
Privatizada há dois anos, a Eletrobras tem buscado ajustar o quadro de empregados concursados à nova realidade da companhia. No entanto, o CNE contesta a retirada de benefícios remanescentes da época em que a empresa era estatal.
O CNE argumenta que, no ano passado, a Eletrobras teve um lucro de R$ 4,4 bilhões, distribuiu R$ 1,3 bilhão em dividendos e remunerou seus administradores com R$ 83 milhões.
“Na hora de negociar o Acordo Coletivo querem sangrar a base da pirâmide. No final é esta a contradição. Estamos negociando como se fosse uma proposta de empresa em recuperação judicial”, disse o CNE.
As assembleias para votar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) estão sendo realizadas desde ontem. Segundo o CNE, que reúne 34 sindicatos, 7 federações e 1 confederação, sete bases da Eletronorte e uma de Furnas já rejeitaram a proposta da empresa. Hoje, de acordo com o CNE, ocorrerão as principais votações.
De acordo com a Eletrobras, os empregados da Chesf na Bahia, Ceará, Piauí, Alagoas e Paraíba aceitaram o acordo na assembleia realizada na segunda-feira.
Nesta terça-feira (4), estão previstas as assembleias das bases da Chesf em Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte. O CNE informou que a base de Sergipe já rejeitou a proposta nesta manhã.
O CNE acusa a Eletrobras de pressionar os empregados para aprovarem o acordo, oferecendo um abono de R$ 9 mil até sexta-feira. Segundo o CNE, as perdas para cada trabalhador com o novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) seriam, em média, de R$ 51 mil ao longo de dois anos.
