Fabricante de aeronaves

Embraer: carteira de pedidos recorde anima e ação sobe, tarifas ainda preocupam

Carteira de pedidos da Embraer atinge US$ 29,7 bilhões no 2º trimestre, mas tarifas dos EUA seguem como risco para os papéis

Embraer / Foto: Divulgação
Embraer / Foto: Divulgação

A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) divulgou nesta segunda-feira (21) uma carteira de pedidos (backlog) recorde de US$ 29,7 bilhões ao fim do segundo trimestre de 2025.

O número representa alta de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior e aumento de 13% na comparação trimestral, superando a projeção do Itaú BBA, que estimava US$ 28,6 bilhões.

O crescimento foi impulsionado principalmente por grandes pedidos recentes, como os da SkyWest (60 aeronaves modelo E175) e da SAS (45 unidades do E195-E2).

Com a divulgação, as ações EMBR3 subiram 1,50%, cotadas a R$ 69,14 no início da sessão desta terça-feira (22). Apesar do ânimo, o mercado ainda segue cauteloso em relação às possíveis tarifas de 50% impostas pelos EUA  sobre importações brasileiras, o que pode afetar cerca de metade da receita da companhia.

Desempenho por segmentos

Aviação Comercial:
A divisão cresceu 31% no trimestre, alcançando uma carteira de pedidos de US$ 13,1 bilhões — o maior nível em oito anos. O backlog somou 437 aeronaves, contra 336 no primeiro trimestre.

O Bradesco BBI destaca que o mix de entregas, com maior participação dos modelos E1, pode favorecer margens e que o crescimento da carteira pode reduzir gradualmente a necessidade de concessão de descontos.

Aviação Executiva:
A Embraer entregou 25% da projeção anual no trimestre, acima da média histórica de 21% dos últimos cinco anos.

Para cumprir a meta anual, a companhia precisa entregar 89 jatos executivos no segundo semestre, um aumento de 5% em relação a 2024. Apesar da queda de 2% no backlog do segmento, o nível de entregas foi superior ao esperado.

Defesa e Segurança:
A carteira de pedidos totalizou US$ 4,3 bilhões, alta de 3% no trimestre e o dobro em relação ao ano anterior. Destacam-se a escolha do C-390 pela Lituânia e a aquisição da sexta aeronave KC-390 Millennium por Portugal.

O backlog ainda não inclui pedidos recentes da Suécia, Eslováquia, Portugal (adicional) e Panamá. O segmento deve crescer, especialmente com o mercado da OTAN.

Perspectivas e preços-alvo

A Embraer divulgará seus resultados do 2º trimestre de 2025 no dia 5 de agosto, antes da abertura do mercado.

Em termos de múltiplos, a ação está avaliada em cerca de 0,31 vez Valor da Firma (EV)/Backlog, e 7,8 vezes EV/EBITDA projetado para 2026, contra 24,7 vezes da Boeing, 11,9 vezes da Airbus e 10,3 vezes da Bombardier.

As casas de análise mantêm recomendações positivas, com preços-alvo entre:

  • Bradesco BBI: R$ 97
  • BTG Pactual: R$ 94
  • JPMorgan: R$ 93
  • Itaú BBA: US$ 62,50 por ADR