Setor aéreo

Embraer (EMBR3): Morgan vê “hora da colheita” e dobra preço-alvo

Ações da Embraer disparam 7,69%, atingindo o valor de R$ 28,76, às 13h20

Ação da Embraer dispara quase 8%
Foto: Embraer Divulgação

Na análise do Morgan Stanley, o atual duopólio aeroespacial formado pela Boeing e pela Airbus será desafiado pela Embraer (EMBR3). O banco considera a empresa brasileira como o terceiro principal jogador do setor e antecipa um crescimento significativo, à medida que a companhia começa a colher os resultados de décadas de investimentos.

Portanto, a Embraer é a escolha principal do Morgan Stanley entre as empresas do setor aeroespacial.

Diante desse panorama, a Embraer foi mantida com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente a uma recomendação de compra), com um aumento significativo no preço-alvo.

O preço-alvo foi mais do que dobrado, passando de US$ 19,50 para US$ 40,00 (+105%) para os ADRs (American Depositary Receipts, recibos de ações brasileiras negociadas em bolsas dos EUA) da empresa, o que representa um potencial de alta de 87% em relação ao fechamento do dia anterior.

O banco acredita que qualquer queda potencial nas ações abriria uma oportunidade de entrada atraente devido à perspectiva de crescimento de vários anos para a empresa.

Com isso, às 13h20 (horário de Brasília) desta quinta-feira (14), as ações da EMBR3 registravam uma valorização de 7,69%, atingindo o valor de R$ 28,76, acompanhadas por um aumento semelhante nos ADRs negociados na Bolsa de Nova York.

Embraer como forte concorrente do setor

Os analistas avaliam que a Embraer emerge como uma concorrente forte em um cenário onde a demanda por aeronaves supera a oferta.

Enquanto as duas principais empresas do setor, Boeing e Airbus, enfrentam seus próprios desafios – a primeira com dificuldades na produção e entrega de aeronaves, e a segunda com um backlog já preenchido até o final da década – a empresa brasileira está bem posicionada para prosperar neste ciclo.

Isso se deve aos seus investimentos e expansão do portfólio em áreas como aviação comercial, aviação executiva, defesa e segurança, bem como serviços relacionados.

“A empresa possui um portfólio renovado de novos produtos como o E190-E2 e E195-E2 na categoria de jatos de passageiros comerciais, o Phenom 100/300 e o Praetor 500/600 em jatos executivos, o KC-390 Millennium na defesa e capacidades expandidas de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) em serviços”, destaca o banco.

“A Embraer evoluiu de um fabricante de aeronaves de nicho para uma empresa globalmente proeminente e diversificada no setor Aeroespacial & Defesa, pronta para conquistar participação de mercado”, considera o Morgan.

Visão do Morgan

O banco estrangeiro ajustou seu modelo para a empresa, levando em consideração o potencial de lucro a longo prazo à medida que a Embraer emerge de vários ciclos de investimento e entra em um período de colheita.

Nos novos números, o Morgan Stanley projeta que a receita acumulada da Embraer entre o final de 2023 e o final de 2028 aumentará de US$ 680 milhões para US$ 3,9 bilhões, representando aproximadamente um aumento de 21% em relação à projeção anterior. Além disso, as estimativas de receita do banco estão 2,5% acima do consenso para 2024, 8,1% acima para 2025 e 9,4% acima para 2026.

O fluxo de caixa livre (FCF), expresso em dólares americanos, mais que dobrou, aumentando 153% para atingir US$ 422 milhões, o que representa um acréscimo de US$ 262 milhões. Esse valor fica 25,3% acima do consenso para 2024.