A Fitch elevou, na última sexta-feira (20), a classificação de crédito da Embraer (EMBR3) para grau de investimento, passando de BB+ para BBB-, seguindo os passos da S&P, que já havia promovido a fabricante de jatos em fevereiro deste ano.
Com isso, a Embraer agora integra o seleto grupo de empresas com grau de investimento, ao lado de nomes como Petrobras (PETR3; PETR4), Vale (VALE3), Ambev (ABEV3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), entre outras.
Às 16h25 (horário de Brasília) desta segunda-feira (23), as ações da Embraer registravam alta de 2,65%, cotadas a R$ 49,53, acumulando valorização de 119% em 2024.
O Bradesco BBI destaca que, conforme previsto, após a conclusão da arbitragem com a Boeing — embora a recepção do mercado tenha sido negativa —, a Embraer conseguiu recuperar o grau de investimento.
Esse resultado foi impulsionado por dois fatores principais: (i) a melhora na geração de caixa da companhia e (ii) uma perspectiva otimista para suas quatro principais unidades de negócios: aviação comercial, aviação executiva, defesa e serviços & suporte.
JPMorgan vê recuperação na Embraer
O JPMorgan ressalta que esta é a primeira vez desde o início da pandemia de COVID-19 que a Embraer recupera seu status de grau de investimento.
Segundo o banco, o status de grau de investimento traz benefícios para a empresa de três maneiras: (i) valida a qualidade do processo de recuperação, diminuindo preocupações com sua alavancagem e reforçando a solidez financeira; (ii) pode reduzir o custo da dívida, melhorando a margem líquida; e (iii) amplia o leque de investidores interessados em incluir a ação em seus portfólios.
Atualmente, a companhia tem aproximadamente US$ 1,8 bilhão em notas garantidas emitidas no mercado internacional, com vencimentos programados para 2027, 2028 e 2030.
O JPMorgan avalia que a Embraer está sendo negociada a 8,0 vezes o Valor da Firma (EV)/Ebitda projetado para 2025, comparado com 9,2 vezes da Airbus, 18,0 vezes da Boeing e 7,8 vezes da Bombardier.
O banco também reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 42 para os ADRs (recibos de ações negociados na NYSE) ERJ.