Empiricus x TC: Miranda procurou fonte antes de vídeo; entenda

Felipe Miranda, da Empiricus, ligou para uma ex-funcionária da TC para confirmar se ela era vítima de um estupro coletivo

A disputa entre Empiricus e TC (TRAD3) ganhou mais um capítulo. O portal “Metrópoles” obteve com exclusividade um áudio no qual Felipe Miranda, CEO (diretor executivo) da Empiricus, contata por telefone uma ex-funcionária da TC para tentar confirmar a informação de que ela havia sido vítima de um “estupro coletivo”. O material está nas mãos da Polícia Federal (PF).

Na conversa, Miranda tenta saber se havia algum diretor da cúpula do TC envolvido no suposto episódio e tenta convencê-la a tornar a história pública. O diálogo, segundo o documento apresentado à PF, ocorreu em 28 de outubro de 2021, dois dias após o executivo publicar um relatório apostando na queda das ações do TC.

Segundo o “Metrópoles”, a conversa foi gravada pela moça. “Porque a gente pode levar isso a público, entendeu? Eu preciso um pouco de você aqui nessa, entendeu?”, disse Miranda.

Em contrapartida, a ex-funcionária disse não querer falar a respeito, por se tratar de um “assunto muito delicado”, e demonstra “medo de isso vazar”. Logo em seguida, Miranda insiste para ter acesso ao processo ou saber se o caso envolvia o “Top Management” do TC, citando nominalmente três sócios da empresa concorrente. 

“Não tem nenhum dos sócios dentro do que houve comigo”, respondeu a ex-funcionária. “Tá bom. Você não vai me falar nada, né? Não adianta eu ficar te enchendo o saco”, reagiu o CEO da Empiricus. 

Segundo o “Metrópoles”, a ex-funcionária do TC, cuja identidade foi preservada, registrou um boletim de ocorrência por estupro, em junho do ano passado, em uma delegacia de Fortaleza. O episódio, no entanto, teria ocorrido numa festa particular em um apartamento em São Paulo. 

Em julho deste ano, viralizou no WhatsApp um vídeo no qual uma mulher anônima, maquiada de palhaça, acusa o TC de manipular o mercado de ações. Além disso, a mulher tmbém levanta suspeita sobre um suposto “estupro coletivo” de uma ex-colaboradora do TC, que teria ocorrido na sede da empresa. 

“Procede mesmo o caso de estupro coletivo de uma ex-colaboradora por outros colaboradores do TC, dentro da sede da empresa? É verdade? Quem não é palhaço quer saber”, disse a palhaça no vídeo.

Um mês após a viralização do vídeo, o TC convocou uma entrevista coletiva e o seu CEO, Pedro Albuquerque, acusou a Empiricus de ter produzido o vídeo, afirmando que a Vitreo, corretora do mesmo grupo econômico da Empiricus, obtivesse “benefícios milionários” ao aumentar significativamente as posições vendidas de ações do TC antes da queda expressiva do valor dos papéis por causa do vídeo.