O BTG Pactual afirma que os resultados do segundo trimestre das empresas brasileiras superaram as expectativas, excluindo os efeitos da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4). Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelo bom resultado das exportadoras de commodities.
Os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla escrevem que o lucro consolidado ficou 5,3% acima das estimativas, enquanto as receitas superaram projeções em 3,1% e o Ebitda em 2,3%.
Entre as empresas com atuação doméstica, o banco destaca que as produtoras de proteína foram as principais protagonistas, beneficiadas pela valorização do dólar e pela queda nos preços, o que impulsionou tanto o Ebitda quanto o lucro.
Para as exportadoras de commodities, o setor de petróleo e gás se beneficiou do aumento no preço do barril e da valorização do dólar. Por outro lado, no setor de mineração e siderurgia, o desempenho insatisfatório da Gerdau afetou negativamente o resultado geral do setor no trimestre.
Em relação ao primeiro trimestre, os analistas destacam que a qualidade dos resultados melhorou, observando uma redução no número de empresas com desempenhos considerados fracos.
Vale e Petrobras
Na visão dos analistas do Itaú BBA, as empresas brasileiras tiveram um desempenho sólido, com crescimento robusto de dois dígitos no lucro e no Ebitda, o que deve resultar em uma revisão positiva das estimativas.
Os analistas liderados por Daniel Gewehr relatam que o lucro cresceu 48% no ano, incluindo Petrobras e Vale, cerca de 39% acima das expectativas. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela base de comparação mais baixa.
Eles ressaltam que mais de 60% das empresas sob sua cobertura apresentaram crescimento em lucro, Ebitda e receitas, evidenciando boas tendências especialmente entre as empresas domésticas e do setor financeiro.
O banco afirma que as exportadoras de commodities enfrentaram pressão nos resultados devido ao aumento das despesas financeiras, com muitas delas apresentando contração no lucro, apesar do bom desempenho operacional.
Analistas indicam que as previsões do mercado para os resultados de 2025 estão sendo ajustadas para cima. No entanto, até o momento, não houve grandes alterações nas estimativas para este ano, com destaque para as empresas domésticas.
Recuperação das empresas brasileiras
De acordo com os especialistas do Bank of America (BofA), as empresas brasileiras mantiveram sua trajetória de recuperação no 2T24, especialmente quando comparadas ao desempenho fraco de 2023. Esse avanço foi impulsionado por uma recuperação robusta nos setores de serviços públicos, finanças, construção e educação.
Em relatório, os analistas David Beker, Paula Soto e sua equipe destacam que a temporada de balanços no Brasil concluiu com um crescimento de 8% na receita, um aumento de 11% no EBITDA e uma elevação de 24% no lucro por ação das empresas do Ibovespa. O avanço no lucro por ação foi impulsionado pela Vale, revertendo a queda de 14% observada no primeiro trimestre.
Sem considerar as commodities, observou-se um aumento de 9% na receita, 21% no EBITDA e 38% no lucro por ação, marcando o quarto trimestre consecutivo de crescimento no lucro por ação, conforme previsto pelos analistas.
De acordo com o grupo de especialistas do banco, os setores que se destacaram positivamente no trimestre foram vestuário, bancos, bens de capital, processamento de carne, construção, tecnologia e comunicação. Por outro lado, os segmentos com desempenho misto incluíram materiais, energia, serviços públicos e educação.