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Seis empresas não pagam dividendos há pelo menos 5 anos; saiba quais

Empresas listadas na Bolsa são obrigadas a distribuir um percentual dos lucros aos acionistas

Nos últimos cinco anos, seis empresas que integram o Ibovespa não pagaram dividendos, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, de Einar Rivero, publicado pela coluna Capital de “O Globo”. São elas: BRF (BRFS3), Eneva (ENEV3), Embraer (EMBR3), Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Casas Bahia (BHIA3).

Conforme previsto em lei, empresas listadas na Bolsa são obrigadas a distribuir um percentual dos lucros aos acionistas, que geralmente giram em torno de 25%, desde que tenham lucro.

Destas, três tiveram prejuízo constante ao longo dos últimos cinco anos — de 2019 a setembro de 2023 — e portanto não tiveram nada para distribuir. Embraer e as companhias aéreas Azul e Gol acumularam prejuízos bilionários no período, tendo sido fortemente afetadas pela queda nos voos durante a pandemia.

Já a Casas Bahia só teve lucro no ano de 2020. BRF reportou lucro entre 2019 e 2021, mas entrou no vermelho no ano passado e no acumulado de 2023.

A distribuidora de energia Eneva registrou lucros robustos em todos os anos desde 2019, mas optou por utilizar a geração de caixa para financiar o crescimento e, neste momento, reduzir seu endividamento. A expectativa de que a empresa será uma boa pagadora de dividendos no futuro tem elevado a atratividade do papel.

Dividendos de empresas da B3 caem 45% em 2023

Em 2023, houve uma significativa queda no volume de dividendos pagos aos acionistas das empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, em comparação com o ano anterior. O montante diminuiu de R$ 225,8 bilhões para R$ 123,6 bilhões, marcando um declínio de 45%. Além disso, o tempo de espera pelo recebimento dos proventos também se prolongou, aumentando de 63 dias, no ano anterior, para 84 dias, em média. Esses dados foram compilados pela Meu Dividendo, uma plataforma de antecipação de proventos, considerando o período de pagamento entre 1º de janeiro e 31 de dezembro.

No entanto, houve um aumento de 11% no pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), atingindo quase R$ 100 bilhões. Apesar disso, a distribuição total de proventos, incluindo dividendos, JCP e outros, apresentou uma queda de 30%, totalizando R$ 224,2 bilhões.

A redução nos pagamentos está relacionada, principalmente, à diminuição na distribuição de lucros por grandes empresas da bolsa, como Vale e Petrobras. No ano anterior, essas empresas foram responsáveis por quase metade do montante pago aos acionistas, mas em 2023, embora ainda representassem 41% do total, sua contribuição foi menor. O cenário de incerteza levou as empresas a adotarem uma postura mais cautelosa, preferindo manter capital em reserva em vez de distribuí-lo entre os investidores.

Os dividendos representam a parcela dos lucros das empresas distribuída aos acionistas, e essa remuneração é vista como uma fonte de renda mais estável, mesmo em períodos de queda das ações. Além disso, os dividendos são isentos de Imposto de Renda, tornando-se um foco crescente para investidores brasileiros.

Portanto, tanto a redução no valor distribuído quanto o período prolongado para recebimento representam notícias desfavoráveis para investidores desse perfil, seja para reinvestimento ou para outras finalidades, como consumo.

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