A Argentina elevou a importação de energia elétrica do Brasil em cerca de 250% para tentar suprir as suas demandas no setor no inverno que se aproxima.
De acordo com Walfrido Avila, presidente da Tradener, comercializadora responsável pela transação, Buenos Aires já vem importando energia desde o início de maio. Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a exportação do Brasil ficou em torno de 1000 MW médios.
O envio de energia entre os países vizinhos ocorre por meio da subestação conversora de Garabi, no Rio Grande do Sul, na fronteira entre Brasil e Argentina. Buenos Aires prefere o mercado livre, onde é possível escolher o fornecedor da eletricidade, ou seja, energias térmicas que não estejam em operação no momento do pedido.
Neste modelo, as usinas apresentam propostas semanais e quem vencer recebe a liberação da ONS para gerar. A usina pode ser térmica a gás, a carvão mineral ou a óleo combustível.
Este tipo de negociação já é feita entre Brasil e Argentina há alguns anos. Inicialmente, o procedimento era feito por troca de energia.
A Argentina poderia solicitar ao Brasil uma quantidade de energia durante o inverno, e a devolveria durante o verão. A transação não era financeira.
Energia: Brasil pode importar ainda mais para a Argentina
De acordo com fontes ouvidas pelo “Valor Econômico”, é possível que o Brasil importe ainda mais, podendo chegar até 1.700 MW médios.
Além do Brasil, a Argentina costuma comprar eletricidade do Uruguai e gás natural da Bolívia. Buenos Aires recebe desde maio cerca de 6 milhões de metros cúbicos diários de Sucre. A YPFB teve que reduzir o repasse do insumo à Petrobras por conta da compra argentina.
A redução no fornecimento de energia para a Petrobras se deu por razões comerciais, segundo apurou o “Valor”.