As empresas de energia estão entre as que mais têm se beneficiado do atual momento do mercado de crédito privado para captar recursos.
De acordo com um levantamento do Valor, um terço das ofertas de debêntures registradas em abril foi de companhias do setor. Essas operações conjuntas devem movimentar quase R$ 11 bilhões.
Nesse período, destacam-se ofertas como a da Energisa (ENGI11), no valor de R$ 1,4 bilhão, da Neoenergia Elektro, de R$ 1,2 bilhão, e da CPFL Transmissão, de R$ 635 milhões.
Além disso, inclui-se a emissão de R$ 3 bilhões da Eneva (ENEV3), que também atua na área de gás. Vale ressaltar que as operações da Eletrobras (ELET3) e de três de suas subsidiárias, totalizando R$ 6 bilhões, não foram consideradas no cálculo, uma vez que, embora tenham ocorrido em abril, foram registradas no final de março.
“O mercado está positivo tanto para os títulos incentivados quanto para os que não são isentos, e emissores com rating mais alto, como boa parte das empresas de energia, acabam encontrando uma demanda maior”, diz Rafael Feler, responsável pela área de mercado de capitais do BNDES.
“O movimento deve permanecer pelo menos até o início do segundo semestre se as condições de demanda continuarem”, afirma Feler.
Nesse contexto, empresas que saíram vitoriosas em leilões recentes têm buscado no mercado os fundos necessários para seus investimentos.
Outras estão aproveitando a tendência de redução das taxas para recomprar títulos ou quitar empréstimos com bancos.
Um exemplo é a Taesa, que emitiu R$ 1,3 bilhão em títulos em abril, destinando parte desses recursos ao resgate total ou à amortização antecipada da emissão de R$ 1 bilhão feita em fevereiro de 2023, cujo vencimento estava previsto apenas para 2025.
Energia solar ficou 5% mais barata este ano no Brasil, aponta relatório
Relatório do Radar Solfácil divulgado na última terça-feira (30), demonstrou que o preço médio da energia solar teve uma redução de 5% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o último trimestre do ano passado. Os valores foram de R$ 2,90/Wp para R$ 2,76/Wp.
A diminuição dos preços do polissilício (principal matéria-prima na produção de painéis solares) no mercado internacional na reta final de 2023 foi o que causou o recuo dos valores praticados.
O estudo aponta que, embora o valor do insumo não tenha caído significativamente no primeiro trimestre deste ano, os impactos das reduções registradas em em 2023 continuaram impactando os preços dos projetos no Brasil no início de 2024.