Geradoras como Eletrobras (ELET3), Eneva (ELEV3) e Copel (CPLE3), têm se beneficiado com os preços da energia elétrica, que têm crescido mais do que o esperado.
Analistas do BofA (Bank Of America) calculam que a cada R$ 10 por megawatt-hora (MWh) que a energia sobe, a Eletrobras tem ganho de 6% em valor presente líquido.
Já a Eneva pode se beneficiar de maior demanda por despachos termelétricos. Copel está com ações descontadas.
Do outro lado, Auren Energia (AURE3) e Engie Brasil (EGIE3) estão com múltiplos mais esticados e bastante energia contratada, o que limita o potencial que as duas empresas podem ter com a alta nos preços.
Ainda segundo os especialistas, o baixo índice de chuvas no país e a demanda se mantendo em patamares elevados em meio às temperaturas elevadas são os fatores que têm levado ao aumento nos preços.
Os analistas Arthur Pereira e Gustavo Faria acreditam que esses efeitos não devem ser somente transitórios, com o cenário de baixa incidência pluviométrica se mantendo pelo resto do ano.
Energia: alta no 1S24 é efeito de ‘gato’ nas incertezas fiscais
Em tempos de incerteza, os instintos levam a ativar os métodos de defesa. É por essa razão, que durante o primeiro semestre de 2024 (1S24), o setor de energia, de modo geral, atraiu investimentos e encerrou na linha positiva.
No quadro doméstico, a Bolsa está abalada pela insegurança com a questão fiscal, as perspectivas de deterioração dos dados econômicos e pelos constantes ruídos no governo federal, entre seus integrantes e também relacionado à política monetária.
Tudo isso, unido a outros fatores como os bons resultados financeiros das empresas, como no caso a Eletrobras (ELET3), chama atenção de quem prefere não correr riscos, foi o que especialistas esclareceram ao BP Money.
O movimento no setor de energia acontece em cadeia, pelo fato das linhas de receita estarem atreladas a indicadores econômicos, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), explicou Pedro Coletta, analista de Energia na Equus Capital.
Com essa realidade em vista, os pontos de pressão sobre as companhias se tornam mais visíveis. Um deles, com efeitos benéficos, seria uma eventual alta da Selic (taxa básica de juros). A possibilidade projeta mais receita para as companhias do segmento.