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Engie (EGIE3) paga R$ 767,1 mi em dividendos nesta quarta (27); veja valor por ação

Companhia anunciou dividendos intercalares com base nas demonstrações financeiras levantadas em junho

A Engie (EGIE3) realizará nesta quarta-feira (27) a distribuição de R$ 767 milhões em dividendos intercalares, calculados com base nas demonstrações financeiras referentes ao período de junho.

A companhia comunicou, por meio de fato relevante, que a distribuição de R$ 767.199.554,34 em dividendos corresponderá a R$ 0,94027879765 por ação.

O pagamento dos dividendos pela Engie foi baseado na posição acionária de 21 de agosto (data com). As ações foram negociadas ex-dividendos a partir do dia 22 de agosto.

Engie (EGIE3): JPMorgan corta recomendação do papel para venda

JPMorgan não vê potencial de valorização da Engie (EGIE3) e cortou a recomendação de neutro para equivalente à venda, com base no preço-alvo de R$ 44.

Analistas destacam que a ação da companhia elétrica teve desempenho superior aos pares do setor em 7,1 pontos percentuais no acumulado do ano, apesar de ser um ativo de beta inferior com duração abaixo da média no universo de cobertura do banco.

Nesse sentido, o JPMorgan acredita que o desempenho positivo seria justificado por ser um ativo sensível às taxas de juros, um porto seguro em um cenário de queda nas taxas, mas não esperava tal desempenho em vista dos fundamentos fracos do segmento (baixos preços de energia, perspectivas desafiadoras para energias renováveis) e alguns resultados trimestrais aquém das expectativas.

Além do desempenho superior, analistas destacam que a avaliação da ação agora está apertada com taxa interna de retorno (TIR) implícita de 8,6%.

Outro aspecto levantado pelo JPMorgan é a necessidade de desalavancagem da empresa. Com o pagamento em dinheiro de R$ 2,3 bilhões pela Atlas Energy mais R$ 6,8 bilhões em capex, o investimento total em 2024 ultrapassará R$ 9 bilhões. Com isso, o banco projeta que a Engie atinja uma alavancagem financeira de 3,5 vezes Dívida Líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações0 até o final de 2024.

Segundo a equipe de gestão, esse nível não é confortável para a Engie Brasil, que buscará alternativas para desalavancar rapidamente e estar pronta para buscar novas oportunidades de crescimento. Para desalavancar em 1 vez, a companhia precisaria reduzir a dívida líquida em quase R$ 7 bilhões. Uma dessas medidas, já considerada no modelo do JPMorgan, envolve manter o pagamento de proventos em relação ao lucro mais próximo do mínimo de 55% para navegar por este ciclo de capex.

Na opinião do JPMorgan, não se pode afastar um cardápio limitado de outras opções de desalavancagem: venda de ativos, emissão de ações preferenciais ou até mesmo um aumento de capital. Algumas dessas medidas podem diluir a participação dos acionistas, reforçando a classificação de venda.

Para analistas, a estratégia da Engie não está totalmente alinhada com as expectativas do mercado. A Engie Brasil é atualmente o maior investidor em projetos de energia renovável sob cobertura do banco.

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