As ações da Enjoei (ENJU3) apresentam fortes ganhos na sessão desta quarta-feira (20), às 13h10 (horário de Brasília), os ativos subiam 8,43%, a R$ 1,78.
A disparada das ações ocorre em resposta ao anúncio realizado, na terça-feira (19), pela empresa sobre a aquisição de uma participação de 25% na Cresci e Perdi (C&), a maior rede de franquias de produtos usados no Brasil, composta por 434 lojas e um GMV (volume bruto de mercadorias) anualizado de R$ 700 milhões. O valor da transação foi de R$ 30 milhões, acrescido de um possível earn-out a ser realizado em 2027.
A empresa concentra-se em produtos nas categorias infantil e bebê, adotando um modelo de negócios “asset light”, no qual suas receitas são predominantemente derivadas de royalties e taxas de licenciamento.
Vale destacar que, Enjoei também terá a possibilidade de exercer a opção de adquirir a participação remanescente ou de vender sua participação atual em 2028.
Avaliação dos analistas
Segundo a XP, as sinergias previstas com essa transação incluem: i) a especialização da C&P na expansão de lojas físicas; ii) a ampliação da base de clientes das marcas do Enjoei por meio de novas categorias (infantil e bebês) e canais; e iii) melhorias em logística e operações, possibilitando a redução de custos.
Os analistas da XP encaram o anúncio de forma positiva, enxergando-o como uma preparação estratégica da Enjoei para o avanço na expansão das lojas físicas.
“A operação acelera e reduz os riscos dos planos de expansão para o varejo físico, enquanto adiciona uma nova avenida de crescimento e sinergias. No entanto, vemos ganhos financeiros limitados no curto prazo, já que os resultados da C&P serão reconhecidos na conta de equivalência patrimonial, devido a participação minoritária na companhia”, avalia a equipe da XP.
O JPMorgan destaca que percebe a transação como o primeiro passo tangível para ingressar no setor de lojas físicas, o qual foi apontado como um dos direcionamentos estratégicos anunciados nos resultados do 3T23.
“Na nossa opinião, ainda é muito cedo para avaliar adequadamente esta nova orientação estratégica”, aponta JPMorgan, que mantém recomendação neutra para os ativos.