Um dos principais influenciadores do mercado, Fabrício Gonçalvez afirma ser possível enriquecer com day trade. Durante sua trajetória, o CEO da Box Asset Management chegou a perder dinheiro, mas manteve a persistência e, atualmente, tem sob sua gestão cerca de R$ 130 milhões.
Pelas estatísticas de mercado, é muito mais fácil empobrecer do que enriquecer com as operações de day trade. No entanto, com controle emocional e uma boa gestão de risco, é possível viver e ganhar muito operando na volatilidade.
“O mercado sempre terá motivos para oscilar. Especulações acerca das Americanas, inflação, juros, política e outros eventos, se tornam extremamente lucrativas para operações day trade”, afirma Fabrício Gonçalvez.
Além de atuar na pessoa física por 17 anos ininterruptos no day trade, Gonçalvez fundou a BOX Asset Management em 2021, juntamente com outro sócio. Em apenas um ano de atividades, o capital saiu de R$ 20 milhões para R$ 130 milhões.
“Nosso objetivo é superar os R$ 300 milhões em 2023. E como pretendo fazer isso? Performando bem”, destacou o CEO.
De acordo com ele, a economia passa por um momento de recuperação e a Bolsa pode fechar o ano na casa dos 140 mil pontos.
“A economia é cíclica, as vacas gordas deram lugar às magras. Passamos pela pandemia, por uma crise fiscal em 21, crise política em 22 junto com altas de juros para conter a inflação global e isso tudo vai passar. Como um camaleão você vai se adaptando aos ciclos econômicos”, projetou.
CEO da BOX Asset Management iniciou trajetória em 2006
Seu primeiro contato com o mercado financeiro foi em 2006, quando trabalhava como estagiário em uma estatal. Nos primeiros dias, chamou-lhe a atenção um profissional que ficava acompanhando o mercado por meio de quatro grandes monitores em sua sala.
“Depois de tanto me responder, ele disse que eu poderia trabalhar com ações, mas que precisaria estudar muito e ter dinheiro para investir. Dinheiro eu não tinha, mas decidi aprender”, contou.
Assim, enquanto tocava a vida profissional para obter recursos para investir, buscou conhecimento. Gonçalvez passou num concurso público de meio período.
Além disso, abriu uma empresa na área de licitação no ramo de arquitetura. Com duas rendas, em meados de 2009, conseguiu juntar R$ 3 mil para investir. Cerca de três meses depois de especular com Agrenco, Parmalat, Kepler Weber e Mundial, aumentou seu capital para R$ 15 mil.
“Para mim, na época, aquilo era muito dinheiro. Que investimento poderia multiplicar meus recursos na mesma velocidade? Fiquei animado, mas logo perdi tudo. Especulação e alavancagem são uma faca de dois gumes. Foi um baque e passei a ter medo, o que me impediu de extrair toda a lucratividade do day trade. Eu saía antes da operação. Prevalecia a ideia de que lucro bom é lucro no bolso”, relembrou.
Sem fórmula mágica
Após o trauma, começou a experimentar diversas estratégias para achar a que proporcionasse 100% de acerto. Até que, em 2013, percebeu que não existe fórmula mágica.
“O amadurecimento me fez entender que é impossível encontrar uma estratégia que leve a 100% de acerto. Há métodos que permitem chegar bem perto, mas nunca 100%. O trader precisa estar bem-preparado psicologicamente para o mercado, pois operar evoca uma forte cobiça pelos ganhos e um grande medo das perdas. É ganhar sem se exaltar e perder sem se traumatizar”, explicou.
No ano seguinte conquistou o seu melhor desempenho na Bolsa para, em 2015, o dinheiro ganho do day trade, ser maior do que o obtido nos outros dois trabalhos.
“Pedi exoneração e abandonei a empresa de licitações. Passei a me dedicar só ao mercado. Assim, ganhei um dinheiro que eu nunca tinha visto, o que me permitiu viajar para mais de 70 países nos anos seguintes”, contou.
Mudança de visão
Em 2016, além do day trade, Gonçalvez passou a investir a longo prazo, pois a entrada de um bom volume financeiro deu-lhe a tranquilidade necessária para montar uma carteira.
Na mesma época, uma ex-namorada o estimulou a empreender e buscar várias fontes de renda para ter segurança financeira. Como já contava com milhares de seguidores nas redes sociais, ele decidiu criar uma empresa na área de educação, a FGz Treinamentos.
A iniciativa foi um sucesso e ele ministrou cursos em todo o Brasil, ensinando suas técnicas e o controle emocional diante da tela.
Em 2018, a Genial Investimentos, por meio do Banco Brasil Plural, o contratou para atuar como influenciador da corretora. Dois anos depois, o convite veio do BTG Pactual.
Atualmente, além da FGz e da Box, Gonçalvez possui outras três empresas voltadas ao mercado: a Quants Capital, de automações e algoritmos (robôs de especulação e investimentos); a Rock Research, de relatórios de recomendações de investimentos em renda variável e a 4Selet que fornece cotações e informações em tempo real para o trader fazer suas operações, além de fazer o check-out de pagamentos.