Com o quarto aumento consecutivo da taxa básica de juro da economia efetuado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de de 4,25% para 5,25% ao ano, pode se notar o efeito sobre todos os ativos que estejam atrelados à taxa.
Diante da sua importância na economia, saber como utilizar a Selic pode significar ganhar mais dinheiro. De acordo com consultores e gestores, os títulos públicos atrelados à inflação e papéis de bancos de menor porte ou de crédito corporativo que pagam uma remuneração adicional à Selic ganham apelo.
Será um pouco mais fácil para investidores ganharem dinheiro nas aplicações de renda fixa, de menor risco, tendo em vista que o índice influencia o comportamento de indexadores como o IPCA e o CDI.
Além disso, também é aconselhado pelos consultores explorar o território da renda variável, para diversificar a carteira, tendo em vista que a taxa ainda está distante de dois dígitos como antigamente e podem ser mais rentaveis.
No entanto, a ressalva de que esses investimentos são recomendados entendendo que não possuem alta liquidez, ou seja, os recursos não podem ser resgatados rapidamente, em situações de emergência.
“Reserva de emergência é 100% da Selic ou do CDI, não tem jeito. O investidor tem que abrir mão de rentabilidade para ter liquidez e segurança”, afirma Sandra Blanco, consultora de investimentos da corretora Órama.
Dentre os títulos atrelados à inflação que chamam mais atenção dos investidores, pode-se listar os títulos públicos. De acordo com especialistas este papéis podem servir como guarda chuva financeiro, pois quem tiver títulos atrelados à inflação conseguirá proteger da alta pelo menos parte do seu patrimônio.
Para os que gostam de mais adrenalina, em investimentos mais arriscados com menor liquidez, porém com maior rendimento, investir em papéis emitidos por bancos de menor porte é uma outra opção apontada pelos consultores.
É possível encontrar Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com retorno de até 145% do CDI (atrelados ao CDI, uma taxa bem perto da Selic), até 5,2% ao ano além da inflação (os papéis indexados à inflação) ou até 12% ao ano (os prefixados).
Para Valter Police, planejador fiduciário da gestora Fiduc, não é necessário migrar seus investimentos a cada decisão que a Copom efetua, “A carteira pode ter um componente tático que se adequa ao cenário, mas também tem que ter estratégia de longo prazo”, afirma.