Após ser a única empresa a apresentar uma oferta pela Sabesp (SBSP3) e com a ação fechando com alta superior a 6% no dia anterior, o Bradesco BBI decidiu elevar sua recomendação para as ações da Equatorial (EQTL3) de “market perform” (desempenho igual à média do mercado, equivalente a neutro) para “outperform” (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra).
O banco justifica a recomendação com base no preço atrativo das ações, destacando que a companhia está negociando com uma taxa interna de retorno (TIR) real implícita de cerca de 11%, o que representa um diferencial de 460 pontos-base em relação ao rendimento dos títulos de longo prazo do Brasil.
O BBI também estabeleceu um novo preço-alvo de R$ 43 para as ações da Equatorial, o que representa um potencial de valorização de 39% em relação ao preço de fechamento da última quinta-feira (27), que foi de R$ 30,93.
Os analistas também destacam que a atualização da recomendação se baseia no recente anúncio das regras de extensão de concessões, que são consideradas bastante positivas para as distribuidoras.
Estimativas para Equatorial
Entre os benefícios estão requisitos mais rigorosos de qualidade de serviço, além da ausência de cobrança para estender as concessões — uma incerteza que anteriormente motivava a classificação neutra.
O BBI também atualizou suas estimativas para incluir:
(i) despesas operacionais (Opex) e despesas de capital (Capex) ligeiramente mais altas para melhorar a qualidade do serviço das distribuidoras;
(ii) um aumento esperado no crescimento do volume de vendas a curto e médio prazo, refletindo tendências positivas na demanda e temperaturas persistentemente elevadas; e
(iii) ajustes no Opex/Capex para a CEEE no ano fiscal de 2024, devido às enchentes no Rio Grande do Sul e um volume de vendas ligeiramente menor.
Por último, os analistas destacam o bom histórico da Equatorial em alocação de capital e observam que a consolidação do setor de distribuição de energia no Brasil ainda não está totalmente concluída, como evidenciado pela aquisição de empresas como Coelce, Amazonas e até mesmo Light.