O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em rápida conversa com jornalistas nesta quarta-feira (15), que a equipe econômica está acompanhando os desdobramentos da crise no banco Credit Suisse, que afeta o mercado financeiro de todo o planeta. Haddad informou que ele e a equipe estão em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para avaliar possíveis impactos sobre o Brasil.
Na terça (14), a instituição financeira suíça revelou ter identificado “debilidades significativas” em seus procedimentos de contabilidade e de controle nos últimos dois anos, o que levou à queda das ações. As bolsas europeias tiveram o pior dia em um ano.
As turbulências no Credit Suisse ocorrem dias após dois o Silicon Valey Bank (SVB) e o Signature Bank, ligados a startups do setor tecnológico falirem, o que tem gerado instabilidade no mercado financeiro desde o fim da semana passada.
Devido a crise, bolsas de valores ao redor do mundo fecharam em baixa. A Ibovespa fechou em queda de 0,25%, aos 102.680 pontos. O dólar subiu 0,70% aos R$ 5,29. O índice DAX, de Frankfurt, desabou 3,27%, enquanto o FTSE 100, de Londres, caiu 3,81%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 desvalorizou 3,41%. Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 caíram 0,99% e 0,78%, respectivamente.
Credit Suisse: principal acionista recua e ações caem 26%
O Credit Suisse perdeu 26% do valor de suas ações na manhã de hoje. A queda veio logo após o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita e principal acionista do Credit, afastar a hipótese de oferecer mais assistência financeira à instituição.
O presidente do banco saudita explicou o motivo da negativa para o Credit Suisse, em uma entrevista à “Bloomberg TV”. “Por muitas razões, além da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse Ammar Al Khudairy, mandatário da SNB.
Na terça-feira (14), o Credit havia dito ter identificado “fraquezas significativas”, que sua liderança, incluindo o CEO Ulrich Körner e o diretor financeiro Dixit Joshi, que assumiram a direção do banco em 2022, não tinham controle o suficiente.
Apesar disso, o banco afirmou que suas demonstrações financeiras “representam razoavelmente, em todos os aspectos relevantes, a condição financeira consolidada do grupo”.