O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (17) com alta de 0,92%, aos 124.699,75 pontos. O dólar comercial subiu 0,02%, a R$ 6,09.
O Ibovespa enfrentou uma sessão agitada, com dólar renovando mais uma vez seu recorde histórico de valorização, mas ficando de lado enquanto o mercado financeiro aumentou as expectativas para a aprovação do pacote fiscal ainda esta semana, além das indicações para o futuro da política monetária com a ata do Copom.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com leve alta de 0,08%, a US$ 106,95.
O dia começou com a divulgação da ata da reunião realizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na semana passada, quando a Selic (taxa básica de juros) foi elevada em 1 ponto percentual, chegando a 12,25% ao ano.
No documento, os diretores reforçam o compromisso de trazer a inflação para a meta e estimam que a taxa básica de juros atinja 14,14% ao ano em março de 2025.
A avaliação do BC (Banco Central) é que o cenário inflacionário se apresenta “mais desafiador em diversas dimensões”.
“O Comitê então decidiu, unanimemente, pela elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic e pela comunicação de que, em se confirmando o cenário esperado, antevê ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, avaliou o Comitê em ata.
Em paralelo a isso, a decolagem do dólar começou pouco depois do início do pregão, com a moeda norte-americana chegando a valorizar mais de 1% frente ao real, batendo os R$ 6,20 ao longo das negociações.
Diante desse cenário, o BC se viu obrigado a realizar uma nova intervenção no câmbio, a partir do leilão extraordinário no qual foram vendidos US$1,272 bilhão. Cerca de sete lotes com taxa de corte de 6,10 para conter o avanço da divisa.
Já no campo da questão fiscal, que segue causando nervosismo aos agentes do mercado e economistas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que iniciaria nesta terça-feira a votação dos projetos que fazem parte do pacote de contenção de gastos do governo.
Além disso, a pauta de regulamentação da Reforma Tributária segue de modo acelerado na Casa, faltando poucos dias para o recesso dos parlamentares, no dia 22 de dezembro.
A Lei Complementar (PLP) seria o primeiro projeto do pacote fiscal a ir ao plenário. Ele autoriza o governo federal a adotar gatilhos para o caso de déficit nas contas públicas. Dentre os pontos do texto, estão a proibição de aumento de gastos com pessoal e a limitação do uso de créditos tributários em caso de déficit.
Isso animou o mercado e ajudou o Ibovespa a seguir em alta, porém, mesmo que os textos sigam pautados no plenário, espera-se que eles sejam votados apenas na quarta-feira.
Enquanto isso, no radar corporativo, apesar dos preços internacionais do petróleo terem caído cerca de 1% na sessão, por conta de preocupações com a demanda, as ações ON e PN da Petrobras (PETR4) ainda encontraram sustento para os ganhos, o que ajudou o Ibovespa.
Os papéis da Vale (VALE3) também subiram, junto com o minério de ferro, seu principal insumo. Na linha contrária, a Hapvida (HAPV3) despencou e marcou a maior queda do Ibovespa, devido aos impactos da proposta de regras para reajustes dos planos de saúde da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
A Yduqs (YDUQ3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,05%. Logo atrás, Alpargatas (ALPA4) e Braskem (BRKM5) registraram altas de 3,88% e 3,81%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Hapvida (HAPV3) liderou as perdas, caindo 10,89%. Em seguida, vieram GPA (PCAR3) e Marfrig (MRFG3), com perdas de 8,39% e 8,36%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,55% e 0,95%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,41%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,50%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 1,24%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,86%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 0,54% e 1,08%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações de 1,09% e 2,25%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,32%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 6,04%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 0,32%.
Índices do exterior fecharam com maioria em queda
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (17). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,17%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,12%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,43%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,39% e 0,32%, respectivamente. Já o Dow Jones recuoou 0,61%.