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EUA: Dirigente do BC diz que juros vão aumentar se inflação voltar a subir

Em discurso, presidente da distrital de Chicago do Fed disse que não quer se comprometer em prever o momento do primeiro corte de juros

O presidente da distrital de Chicago do Federal Reserve (Fed), Austan Goolsbee, afirmou na sexta-feira (19) que não está disposto a fazer previsões sobre quando ocorrerá o primeiro corte de juros pelo Banco Central. “Não quero ficar de mãos atadas”, disse ele, em entrevista a rede americana CNBC.

De acordo com Goolsbee, a possibilidade do “caminho dourado”, termo utilizado por ele para descrever a redução da inflação sem um aumento significativo no desemprego, ainda não foi descartada. Ele destacou a importância do Índice de Preços de Gastos ao Consumidor (PCE, na sigla em inglês), o indicador preferido pelo Fed, que será divulgado na próxima sexta-feira (26), como uma evidência crucial para as decisões futuras.

Goolsbee afirmou que a inflação de produtos já retornou aos níveis observados antes da pandemia, enquanto a inflação de serviços tem apresentado um avanço surpreendente. “Mas a inflação de aluguéis continua forte. Com a inflação caindo, abrimos a porta para reduzir a restrição”, disse.

Ainda segundo ele, o mercado tem cometido erro a depender das palavras das autoridades do Fed. “O mercado deveria focar nos dados econômicos”, afirmou. “Nós estamos entrando em 2024 em um lugar muito melhor do que em 2023. Estamos vendo a inflação cair. Mas se o progresso na inflação se reverter, subiremos os juros”.

Fed deve realizar cinco cortes de juros em 2024, diz Goldman Sachs

O economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, projetou, através de relatório, que o Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), deve realizar cinco cortes de juros ao longo do ano. A previsão é de que o ciclo de corte se inicie em março.

“O Banco Central Europeu deverá seguir o Fed em abril e o Banco de Inglaterra em maio, e as nossas opiniões sobre ambos os bancos centrais são mais suaves do que o mercado projeta”, diz ele.

A análise apresenta uma visão ainda mais cautelosa na atribuição de cortes de juros nos Estados Unidos quando comparada às projeções do mercado, que estima sete anúncios de redução em 2024.

Segundo a análise, a taxa anual de três meses desacelerou ainda mais para 2,0%. Isso embora o núcleo da inflação global tenha aumentado de maneira moderada em dezembro numa base mensal.