O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira (23) que as altas tarifas comerciais entre EUA e China não são sustentáveis. A declaração sinaliza uma abertura do governo do presidente Donald Trump para reduzir a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo — uma tensão que tem alimentado temores de recessão global.
Os índices acionários norte-americanos reagiram com otimismo diante da possibilidade de que as duas potências suavizem as barreiras comerciais impostas no último mês. No entanto, ainda não há indícios concretos de que as negociações formais irão começar em breve.
Bessent destacou que as tarifas — atualmente em 145% sobre produtos chineses e 125% sobre produtos norte-americanos — precisariam ser reduzidas antes do avanço das tratativas comerciais. No entanto, ele ressaltou que Trump não deve agir de forma unilateral.
“Nenhum dos lados acredita que esses níveis sejam sustentáveis. Como eu disse ontem, isso equivale a um embargo. Uma ruptura no comércio entre os dois países não é do interesse de ninguém”, afirmou Bessent a repórteres, segundo informações do InfoMoney.
Economia dos EUA terá desaceleração em 2025, diz Goldman Sachs
Uma desaceleração expressiva deve afetar a economia dos EUA, no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, disse o Goldman Sachs. A análise indica que o PIB norte-americano tenha crescido 2,5% em 2024 e 0,5% neste ano.
Entre as razões para o freio, o banco vê tarifas mais elevadas, condições financeiras mais apertadas e o aumento na incerteza política.
Além disso, a estimativa da equipe do Sachs é que ao passo que a renda disponível dos consumidores recue, seus gastos caiam também, à medida que as taxas elevam os preços.
Baseado em experiências anteriores, visto que os EUA já entraram em uma guerra comercial com a China em 2016, no primeiro mandato de Donald Trump, o Goldman Sachs analisou que a maior parte dos aumentos sequenciais da inflação acontecem no período de dois a três meses após a implementação das tarifas.