Mais de R$ 1 milhão é a soma das quantias extorquidas de investidores pela falsa holding Plan B, entre 2022 e 2024. Já são mais de 40 processos abertos no Tribunal de Justiça de São Paulo contra a empresa, que desapareceu, assim como Rodolpho Barbosa de Almeida, responsável pela companhia.
Inscrita sob o CNPJ 40.839.423/0001-14, a Plan B Holding era voltada para o planejamento financeiro e patrimonial e captava dinheiro de investidores em um contrato de sociedade para aplicar em empreendimentos imobiliários, um fundo voltado ao investimento em uma fazenda de gado e algumas aplicações off shore.
O investimento era realizado a partir de um Instrumento Particular de Constituição de Sociedade em Conta de Participação (“SCP”), uma forma de associação entre duas ou mais pessoas para realizar um projeto. Na prática, um investidor aporta capital em uma empresa em condição de “sócio”, mas sem participar da administração do negócio.
Na Plan B, o plano era investir nos outros braços da holding: a Plan B Agrotech, a R2 Pharma Distribuidora de Medicamentos, a Plan B Empreendimentos Imobiliários e a Plan B Empréstimos.
Os termos do contrato determinavam que o prazo do investimento seria de 6 meses, podendo ser renovado caso fosse a vontade do investidor. A liquidação levaria 45 dias corridos, mas os lucros deveriam pingar mensalmente na conta, acompanhados por um aplicativo da empresa.
As promessas eram altas. Conforme um e-mail enviado pela empresa a uma das vítimas, acessado pelo E-Investidor, um aporte de R$ 10 mil em um fundo de renda fixa daria um retorno de R$ 11,8 mil em seis meses, o equivalente a 18% de rentabilidade acumulada.
Segundo narraram fontes ao veículo, a aplicação chegou a funcionar por um tempo, mas, ao final de 2022, a Plan B parou de pagar o rendimento. Depois, a empresa passou a enviar comunicados informando que não seria possível devolver os valores investidos.
Falsa holding sumiu do mapa
Durante algum tempo, no ano passado, a empresa seguiu enviando comunicados vagos, adiando o prazo de apuração das “causas que afetaram suas operações e seu fluxo de caixa”, mas tão logo a comunicação cessou completamente.
Os dois canais de atendimento disponibilizados pela companhia, um e-mail e um número de whatsapp, que pertence a uma outra pessoa, deixaram de responder. O endereço no bairro de Pinheiros, na capital paulista, também não pertence mais ao escritório.
Rodolpho Barbosa de Almeida, responsável pela empresa, também desapareceu e com um agravante: o dono da companhia não tem bens registrados no próprio nome. Ou seja, mesmo nos processos que caminharam na Justiça, não tem sido possível cumprir a sentença e exigir o pagamento dos valores pleiteados.
O E-investidor ouviu Karolyna Barroso Alves, a consultora financeira responsável por indicar a empresa para alguns clientes. Alves alega ser mais uma vítima do golpe da Plan B e conta que ela e o marido, Liander Reis, foram lesados em mais R$ 1 milhão, além dos clientes que perderam.