Falta educação para o brasileiro investir na Europa, diz Federico Vilaseca

Segundo Sales Manager da DAVINCI para o Brasil, portfólio mais diversificado é muito mais rentável no longo prazo

Apesar de parecer clichê, a máxima de que a diversificação dos investimentos é um fator primordial para o sucesso parece (ainda) não ter chego a todos os investidores brasileiros. A chave para levar esse componente a mais brasileiros, no entanto, passa pelo conhecimento do mercado, segundo avaliação de Federico Vilaseca, Sales Manager da DAVINCI Trusted Partner (distribuidora independente de fundos de investimentos para o mercado da América Latina). A avaliação foi feita em uma palestra sobre como investir na Europa na terça-feira (3). 

“Hoje, talvez, ainda falte cultura, educação ou vontade para o cliente entender esse ponto particular de que o investimento internacional, na Europa, na Ásia, nos EUA, oferece retornos no longo prazo muito mais atraentes do que os locais, além de apresentar garantias, não só em relação às companhias e os modelos de negócios, mas aos países onde essas companhias estão baseadas pelas garantias jurídicas, econômicas, sociais, que temos nesses países desenvolvidos – mais do que em países da América Latina, particularmente o Brasil”, disse Vilaseca.

“Acho muito importante começarmos a gerar essa consciência de que um portfólio mais diversificado é muito mais rentável no longo prazo e muito mais seguro para o cliente”, complementou o executivo.

Dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostram que, em novembro de 2021, o patrimônio do investidor brasileiro no exterior teve alta de 28,7% frente ao mesmo período de 2020, chegando a um volume recorde de R$ 827,19 bilhões no ano. Este crescimento, no ano passado, esteve ligado a uma maior estabilidade da Europa em relação ao cenário doméstico, o que mudou devido a guerra na Ucrânia e a alta da inflação em nível global em 2022.

“O que tem acontecido historicamente no Brasil é que as taxas históricas que o mercado local têm oferecido, de renda fixa, sempre foram muito altas. Dois anos atrás tivemos uma Selic no patamar mínimo histórico de 2%, e isso foi o que gerou a necessidade de complementar a carteira, procurando aqueles retornos de alta renda, que tinham antes na renda fixa de 15% ou até 20%. Isso, obviamente, virou a chave do investidor brasileiro aos poucos para procurar outros tipos de ativos e, obviamente, olhar para o mercado internacional”, explicou Vilaseca.

Entretanto, o executivo do mercado financeiro destaca que essa janela foi muito breve, já que novamente o cenário brasileiro é de uma alta de juros, que gera a necessidade do cliente em procurar retornos fixos e consideráveis, mais uma vez, saindo de um mercado internacional que está muito volátil.

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“Com tudo o que está acontecendo, em uma situação diferente de outros momentos do mercado e do mundo no passado, temos uma alta de inflação muito mais permanente em nível global, temos a guerra entre Rússia e Ucrânia, que gera uma instabilidade política/econômica e uma crise logística e energética para o mundo inteiro. Isso tudo afeta a vontade dos clientes de procurarem o investimento na Europa”, disse Vilaseca. 

Mesmo com todo cenário atual global de incertezas e volatilidade, Vilaseca destaca que é importante ter uma carteira diversificada, com ativos globais.

“É fundamental diversificar a carteira e investir na Europa. Talvez não seja necessário 70% ou 80% dos seus ativos voltados para o mercado internacional, mas também não pode ser 0%. Não se trata de investir no Brasil ou no mercado internacional, trata-se de investir no Brasil e também no mercado internacional”, afirmou. 

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