O BTG Pactual, administrador e gestor do FII Terras Agrícolas (BTRA11), comunicou ao mercado, na última quinta-feira (23), que tomou conhecimento do deferimento do pedido de recuperação judicial, revelado pelo BP Money, dos detentores do direito de uso de superfície da Fazenda Vianmancel – terreno localizado em Nova Maringá (Mato Grosso) e que pertence ao fundo.
Segundo o comunicado, foram declaradas “suspensas, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias (art. 6º, § 4º), as execuções promovidas contra as Recuperandas”.
O BTG, gestor e administrador do BTRA11, também informou que está tomando todas as medidas necessárias relacionadas aos fatos ocorridos com a Fazenda Vianmancel. A instituição informou que manterá os cotistas e o mercado informados acerca de qualquer desdobramento do assunto e “permanece à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais”.
O pedido de RJ feito pelo locatário do terreno que pertence ao BTRA11 foi um golpe inesperado para os cotistas do fundo, o que refletiu diretamente no comportamento do ativo na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta semana. O BTRA11 acumula queda de mais de 20% nos últimos cinco dias, cotado em aproximadamente R$ 80,30.
Devido ao fato da RJ, o pagamento dos dividendos mensais pelo fundo foi imediatamente afetado. Para o próximo dia 30 de junho, o fundo pagará R$ 0,70 por cota. Em maio, o pagamento de dividendos ficou em R$ 0,94 por cota.
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Na quarta-feira (22), em live com investidores e analistas, o BTG Pactual Asset informou que os efeitos da recuperação judicial solicitada pelo locatário da Fazenda Vianmancel seriam “imediatos e temporários”.
“O impacto patrimonial é basicamente a questão dos R$ 0,94 de dividendos, que devem cair para algo ao redor, temporariamente, de R$ 0,70. Não vamos perder essa receita de aluguel para sempre”, afirmou Leonardo Zambolin, gerente de portfólio do BTG Pactual Asset, durante live dos gestores do fundo BTRA11.