No início da semana o mercado, tanto nos EUA quanto no Brasil, criava expectativas sobre o depoimento de Jerome Powell, presidente do FED (Federal Reserve) na Câmara de Representantes do país. Contudo, suas falas não despertaram mudanças quanto ao cenário dos juros, além disso impulsionou os ativos de risco na sessão das Bolsas, na quarta-feira (6).
Com isso, após a notícia da injeção de capital na New York Community (NYCB), os mercados norte-americanos conseguiram manter seus ganhos apoiados no FED. O intuito da movimentação foi prevenir uma possível quebra, de acordo com o Valor Econômico.
Em paralelo, o T-note de 10 anos teve queda a 4,107%, porém o rendimento da T-note de 2 anos cresceu de 4,562% a 4,564%, também auxiliaram a sustentar a virada.
O depoimento de Powell direcionou o encerramento dos índices acionários do exterior, bem como no âmbito nacional, sem movimentos expressivos da curva no mercado de juros.
Influência do FED sobre os juros futuros
Ainda no campo de fechamento dos índices, as taxas futuras encerraram próximas à estabilidade, puxando levemente para alta. Enquanto isso, os Treasuries fizeram uma curva de “flattening” (achatamento), segundo o Valor, as taxas de curto prazo cresceram levemente, já os juros longos caíram até 5 pontos-base.
O resultado foi um equilíbrio entre as expectativas sobre Powell e NYCB. O sócio e estrategista da Meta Asset Management, Alexandre Póvoa, afirmou que a fala do presidente do FED não mudou o cenário.
“Mas a divulgação do ‘payroll’ na sexta-feira pode ter impacto maior, dado que a última leitura veio muito forte. E se o Fed não começar a cortar juros até o meio do ano, os ativos de risco podem ter que passar por nova rodada de correção”, disse.
Ele acrescentou, ainda, que o FED deve ter que mudar sua comunicação e plano de voo em breve. “Pode ter que diminuir o ritmo dos cortes, estender o ciclo”, completou.