Economia dos EUA

Fed pode ter sua independência ameaçada com volta de Trump

Afirmações do próprio presidente eleito reforçam preocupações

Foto: Fed de Chicago
Foto: Fed de Chicago

A volta de Trump pode ameaçar a independência do Fed (Federal Reserve dos Estados Unidos) e diminuir sua capacidade de combater a inflação e o desemprego sem interferência política, disse a AFP.

Afirmações do próprio Trump confirmam as preocupações. “Acho que tenho instintos melhores do que, em muitos casos, as pessoas que fazem parte do Fed ou o presidente”, afirmou, em 8 de agosto.

Quando era presidente, Trump insultava funcionários do Fed quando não considerava que as taxas estavam caindo rápido o suficiente. Em publicação no X, ele chegou a questionar se o presidente que nomeou para instituição, Jerome Powell, não seria “um inimigo pior” do que Xi Jinping, o presidente da China.

Para Don Kohn, ex-vice-presidente do Fed, em artigo do The New York Times, permitir que “políticos, cujo horizonte se estende apenas até a próxima eleição, tenham voz na política monetária (…) cria inflação e instabilidade econômica”

“Isso foi visto como uma comunicação muito hostil”, disse à AFP David Wilcox, economista do Peterson Institute for International Economics e diretor de pesquisa econômica dos EUA para a Bloomberg.

Fed pode manter juros em dezembro após vitória de Trump

O consenso entre os investidores é de que o Fed (Federal Reserve) deve cortar em 0,25 ponto percentual (p.p.) a taxa de juros dos EUA na quinta-feira (7). Porém, já crescem as apostas de que o banco central norte-americano poderá manter os juros inalterados na reunião de dezembro, isto por conta da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Os projetos do governo trumpista são vistos como potencialmente inflacionários, já que indica uma política de tarifas agressivas. 

As indicações do novo presidente durante a campanha é de que pretende elevar as tarifas para importações chinesas para até 60% e 10% a 20% para o resto do mundo, inclusive países aliados. 

Uma ferramenta do grupo CME apontou que as apostas de um corte de 0,25 p.p. em dezembro estavam em 22% até terça-feira (5) e saltaram para 33% nesta quarta-feira (6). 

No entanto, as maiores apostas ainda são em um corte de 0,25 ponto, embora elas tenham recuado de 77% para 66% de um dia para o outro.

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