Mercado

Fed está preparado para elevar mais os juros, diz Powell

Presidente do Fed também sinalizou intenção de manter a política monetária em níveis restritivos

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta sexta-feira, 25, que o Banco Central dos EUA “está preparado” para aumentar mais os juros, se necessário. Em discurso durante a reunião de Jackson Hole, Powell também sinalizou intenção de manter a política monetária em níveis restritivos até haver confiança de que a inflação cai “sustentadamente” em direção à meta de 2%.

Powell comentou que as taxas reais da inflação estão bem acima das estimativas e que mais dados positivos são necessários para construir a confiança no indicador. “Precisamos de mais progresso na inflação de serviços não habitacionais”, afirmou.

“Evidências adicionais de um crescimento persistentemente acima da tendência poderão colocar em risco novos progressos na inflação e justificar um maior aperto da política monetária”, destacou.

O presidente do Fed ainda indicou que o órgão agirá com cautela nas próximas decisões de política monetária, com objetivo de avaliar os indicadores econômicos e a evolução do cenário.

“Nas próximas reuniões, avaliaremos o nosso progresso com base na totalidade dos dados e na evolução das perspectivas e dos riscos”, disse.

Futuros de NY e Europa sobem antes de Jackson Hole

Os Futuros de NY e as bolsas europeias sobem na manhã desta sexta-feira (25), com investidores esperando o discurso presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole. Já na China os mercados fecharam em baixa.

Ata do Fomc: Comitê vê resiliência e retira previsão de leve recessão

A ata do  Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve) veio a público no dia 16 de agosto. No documento, os membros do Fomc não julgam que a economia vá entrar em uma leve recessão no final deste ano, mas reafirma que inflação dos preços ao consumidor (PCE) de 12 meses permanece elevada. 

A reunião foi realizada entre os dias 25 e 26 de julho, quando o Comitê decidiu por elevar os juros básicos da economia americana em 0,25 ponto percentual.

Segundo o texto, a previsão econômica preparada pela equipe para a reunião de julho se mostrou mais forte do que a projeção de junho. “Desde o surgimento do estresse no setor bancário em meados de março, os indicadores de gastos e atividade real ficaram mais fortes do que o previsto. Como resultado, a equipe não mais julgou que a economia entraria em uma leve recessão no final do ano”, diz a Ata

Segundo o documento, durante o período entre as duas últimas reuniões, os participantes do mercado interpretaram as divulgações de dados econômicos domésticos como indicando resiliência contínua da atividade econômica e algum alívio das pressões inflacionárias. E viram as comunicações de política monetária como apontando para uma política um pouco mais restritiva do que o esperado.

“A trajetória implícita do mercado para a taxa dos fundos federais aumentou modestamente, e os rendimentos nominais do Tesouro aumentaram um pouco em vencimentos mais curtos. Enquanto isso, os preços gerais das ações aumentaram e os spreads dos títulos corporativos com grau de investimento e especulativo diminuíram moderadamente”, diz a Ata.