FED: reajuste de 0,25% agrada mercado, dizem analistas

A alteração já era prevista pelos analistas, que encararam o aumento como positivo. 

A confirmação do reajuste de 0,25% na taxa de juros básica agradou o mercado financeiro. O Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA) anunciou nesta quarta-feira (22) que a faixa sobe de 4,75% para 5%. 

A alteração já era prevista pelos analistas, que encararam o aumento como positivo.  A decisão do banco central norte-americano surge em um contexto de crise bancária nos EUA. Nas últimas semanas, o SVB (Silicon Valley Bank) e Signature Bank, dois grandes bancos do país, quebraram.

Para o diretor de investimentos da Nomad, Celso Pereira, a decisão alimentou a perspectiva otimista do mercado, apesar da recente crise. “As ações de tecnologia passaram a apresentar um resultado positivo (Nasdaq +0.6%) melhor que outros setores. A ação da Tesla também passou para o positivo no dia, e os juros para 2 anos tiveram leve queda após a decisão”, avaliou Pereira. 

Pereira acredita que os juros nos EUA devem subir novamente em 2023, principalmente caso a inflação no país não responda com queda e convergência de longo prazo para a meta de 2%.

Na visão do sócio e analista da Finacap Investimentos, Felipe Moura, o mercado financeiro norte-americano operou nesta quarta com “muita paciência” após o comunicado do FED.

“A instituição diminui um pouco o ritmo e realmente reconhece os eventos que aconteceram da quebra do Silicon Valley Bank e fazer uma observação de que o sistema bancário dos Estados Unidos é um sistema ainda bastante sólido”, frisou. 

Apesar do cenário mais confiante traçado pelo Banco Central dos EUA, Moura prevê mudanças na oferta de crédito no país. “As medidas devem ter um efeito no mercado de crédito, apertando o crédito, deteriorando um pouco mais as atividades. Então o banco realmente põe um alerta de que ficará atento a esses efeitos que o mercado já aguardava”, afirmou. 

 

Inflação dos EUA avança 6% em fevereiro

A inflação cheia, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês) variou 0,4%, em fevereiro. Com isso, a inflação na base anual ficou em 6%, próximo às estimativas do mercado. Os dados foram divulgados na semana passada pelo Departamento do Trabalho.

Os números refletiram uma queda no indicador, que apresentou uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o CPI registrou aumento de 0,5%, em janeiro, e de 6,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o aumento no CPI está relacionado a uma alta nos preços do índice de moradia, que responde por mais de 70% do aumento no período.

O índice de energia, em fevereiro, caiu 0,6% na base mensal, enquanto o índice de alimentação avançou 0,4% no período.

Em relação ao núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, as altas foram de 0,5% no mês e de 5,5% na base anual, ante leituras de 0,4% e 5,6% em janeiro, na mesma base de comparação.

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