O Itaú Asset Rural Fiagro (RURA11) registra mais uma desvalorização na Bolsa de Valores nesta quarta-feira (2).
Por volta das 12h50, o fundo apresentava uma queda de 1,41%, sendo negociado a R$ 9,07. Na terça-feira (1), as perdas foram ainda mais significativas, totalizando 5,64%, em decorrência de um novo caso de atraso no pagamento de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
Nesta semana, o RURA11 já acumulou uma queda de 8,30%, o que corresponde a praticamente toda a desvalorização do fundo no ano, que é de 9%.
De acordo com o relatório gerencial mais recente, o fundo agronegócio do Itaú conta com mais de 80 mil cotistas. Seu patrimônio total é de R$ 1,6 bilhões, sendo que R$ 51 milhões estão aplicados no CRA emitido pelo produtor rural João Batista Consentini em parceria com a securitizadora Canal, que é precisamente onde reside o problema.
Segundo informações do site The AgriBiz, Consentini enfrenta atualmente uma dívida de R$ 700 milhões e recorreu ao Judiciário de Tocantins para buscar uma negociação com os credores do CRA. Esses credores são aqueles que emprestam recursos a outra parte em troca de um pagamento futuro, acrescido de juros.
O juiz encarregado do caso, que ainda está sob sigilo, estabeleceu um prazo de 60 dias para que o produtor encontre uma solução. Caso o agricultor não consiga uma alternativa nesse intervalo, o processo pode evoluir para uma recuperação judicial, somando-se a outros casos no setor agro.
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O Fiagro do Itaú também possui aproximadamente R$ 20 milhões alocados no CRA do Portal Agro, que solicitou recuperação judicial na semana passada, logo após a AgroGalaxy ter feito um pedido semelhante à Justiça.
Fiagro: CVM edita nova regra para multimercado; entenda
A Resolução CVM 214, que regulamenta especificamente os Fiagros (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) multimercado, foi editada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta segunda-feira (30).
Uma das normas mais aguardas na agenda de regulações da CVM este ano, a Resolução foi inserida como o Anexo 6 do Marco Regulatório dos Fundos de Investimento, consolidado na Resolução CVM 175.
Os Fiagro que já estão em funcionamento têm até 30 de junho de 2025 para se adaptar à nova regra, segundo o órgão. O prazo é o mesmo da conclusão da adaptação dos demais fundos de investimento à Resolução CVM 175, segundo o “Valor”.
João Pedro Nascimento, presidente da CVM, comentou, em nota, que os Fiagro vêm crescendo e se consolidando como importante ferramenta para o agronegócio captar recursos no mercado de capitais.
