FIDCs x Inadimplência: Vale a pena investir?

"O ano passado começou extremamente desafiante devido à taxa SELIC alta, a crise das Lojas Americanas, seguida por outras como a da empresa Light", afirma a gestora.

No primeiro relatório de 2024, ao olhar para o período histórico, o índice de inadimplência se mostrou relativamente estável com uma variação de apenas 1,06% para mais, sendo dezembro com um percentual de 12,25% de inadimplência e janeiro com 12,38%.

O Índice Multiplike de Devedores (IMD) também mostra o cenário de curto, médio e longo prazos da inadimplência. De modo geral, as faixas de vencimento também mostram uma baixa variação. Do total de títulos vencidos, aqueles com atraso de até 30 dias, saíram de 34,55% para 34,14%. Uma baixa mais expressiva ocorre para os títulos vencidos entre 91 e 180 dias, saindo de 11,35% para 10,10%. Entretanto, para os títulos vencidos há mais tempo, acima de 360 dias, quando a recuperação do crédito já fica mais difícil, ocorreu um aumento saindo de 15,85%, para 16,45%. As demais faixas de vencimento apresentadas no índice, que não apresentaram variações drásticas, somam 39,3%.

Somados, os PLs dos fundos analisados, o montante atingiu R$ 44,3 bilhões em janeiro deste ano. Deste total, R$ 42,1 bilhões são direitos creditórios, ou seja, quase 100%. Deste total, R$ 5,2 bilhões não foram honrados pelos tomadores de crédito em sua data original de liquidação.

 Sobre o atual IMD, que analisa o cenário Multicedente/Multissacado, Volnei Eyng, CEO da Multiplike, ressalta a capacidade que a indústria de FIDCs teve em 2023. Na visão dele, “o ano passado começou extremamente desafiante devido à taxa SELIC alta, a crise das Lojas Americanas, seguida por outras como a da empresa Light. Isso mostra que, mesmo em anos desafiantes para o setor de crédito, a indústria consegue manter o patrimônio líquido e crescer”.

       “Em relação ao índice de inadimplência, houve uma diminuição causada até mesmo pelo próprio aumento do patrimônio e mostrou uma qualidade ótima na originação de recebíveis novos. Sobre a diminuição em relação aos títulos vencidos de até 30 dias, o IMD revela que esse crescimento da indústria e as novas dívidas vem liquidando bem, ou seja, dentro do prazo de vencimento. Porém, as dívidas acima de 6 meses, que foram geradas no início do ano de 2023 (de 180 a 360 dias), são dívidas que pela política de Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) do estruturado já estão impactadas e descontadas do patrimônio dos fundos. O índice revela que essas dívidas se tornaram desafiantes para os fundos receberem estes valores. Porém, caso esses valores forem recebidos pelos fundos, poderá integralizar e aumentar o retorno da cota júnior, dado que são valores já estão lançados no PDD. De modo geral, com os dados trazidos pelo IMD de janeiro de 2024, a gente pode enxergar que pela melhora da carteira da indústria e estabilidade apresentada no índice, o ano será bastante positivo, dado que diminuiu muito as dívidas vencidas em curto prazo. “As novas originações estão com ótima qualidade”, ressalta Eyng.

   A Multiplike, por exemplo, apresenta uma inadimplência sobre a carteira de direitos creditórios muito abaixo da média, com um percentual de 1,37% de vencidos, sendo que, deste total, 98,5% são de títulos vencidos há menos de 30 dias, o que representa um risco muito menor em relação à média do mercado. “Nós conseguimos isso, porque investimos muito em tecnologia e pessoas qualificadas, além do nosso histórico de mercado”, finaliza Volnei.

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