Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) negociados na B3 atualmente possuem a maior parte dos edifícios de alto padrão nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, conforme revelou uma pesquisa conduzida pela consultoria imobiliária Newmark nesta sexta-feira (5).
De acordo com a pesquisa, os FIIs captaram mais de R$ 200 bilhões nos últimos cinco anos.
Nesse período, a área locável detida por FIIs no segmento de escritórios de alto padrão nessas capitais aumentou mais de 32%, atingindo 1,68 milhão de metros quadrados.
Os FIIs detêm 25% dos 6,72 milhões de metros quadrados de área locável do segmento em São Paulo e no Rio de Janeiro, seguidos por investidores internacionais, que possuem 18% do mercado.
As incorporadoras ocupam o terceiro lugar, com 13%, aproximadamente 870 mil metros quadrados, conforme revelou a pesquisa.
Taxa de juros x FIIs
Segundo Ricardo Penna, líder da área de Transações e Investimentos Imobiliários da Newmark, os períodos de maior crescimento na participação dos FIIs coincidiram com um ambiente de baixa taxa de juros, o que tende a atrair os fundos para o interesse dos investidores.
No entanto, após sete cortes consecutivos na taxa Selic, que agora está em 10,5% ao ano, o Banco Central optou por interromper seu ciclo de afrouxamento monetário na última reunião de política monetária. Isso ocorreu devido a maiores incertezas nos cenários doméstico e externo.
Na visão do executivo, essa decisão não deve diminuir a atratividade do mercado. “As aquisições por parte dos FIIs devem seguir acontecendo, talvez a uma velocidade diferente, caso os juros se mantenham em altos patamares”, disse Penna à Reuters.
Recentemente, durante as discussões sobre a regulamentação da reforma tributária no Congresso, houve debate sobre a taxação de fundos imobiliários e de investimentos em cadeias agroindustriais (Fiagros).