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FIIs de “tijolo” caem 12% em 2024: quais as estimativas de XP e Pátria?

Os FIIs vão bem nas operação das carteiras, mas o desempenho destoa na Bolsa; o futuro parece incerto na visão dos gestores

Foto: CanvaPro
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Durante o ano, os FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) elevaram seu investimento em imóveis em 21%, mas agora, eles ensaiam devolver parte desses aportes. Isto porque as perdas dessa categoria já somam 12% em 2024, de acordo com o índice Teva de Fundos Imobiliários de Tijolo. 

Na discussão sobre o tema e expectativas para 2025, durante a semana de Duelos dos Fundos, Felipe Teatini, da XP Asset, e Bruno Margato, do Pátria Investimentos apontaram que os FIIs de “tijolo”, especialmente os de shopping e logística, estão em um bom momento, considerando o micro.

Isso significa que os ativos vão bem em termos de operação das carteiras, desempenho que destoa da desvalorização observada na Bolsa, segundo o “InfoMoney”.

“Apesar do cenário macro, tivemos um ano muito bom no segmento de logística em termos de absorção líquida, vacância, entre outros pontos”, disse Margato. 

“Temos também conseguido repassar boa parte da inflação represada há mais de dez anos para o preço do aluguel”, completou.

Entre os FIIs de shoppings a situação é parecida, pois de acordo com dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), o faturamento do setor este ano deve ultrapassar o número recorde de R$ 201 bilhões.

Juros altos dividem opiniões de gestores sobre futuros dos FIIs e macroeconomia

Considerando um contexto geral, o mercado de FIIs está indo em direção ao quarto mês consecutivo de baixa, com perdas acumuladas no ano de mais de 10%. A principal razão para essa performance é a elevação das taxas de juros, que atualmente voltou aos 12,25% ao ano.

Dessa forma, os gestores têm se dividido quanto ao futuro do cenário. “Entendemos que este cenário macro está passando por dificuldades neste momento, mas no ano que vem devemos ter uma perspectiva de queda na Selic e uma inflação um pouco mais baixa”, previu Teatini, gestor do XP Malls (XPML11). 

“A gente tende a ter um cenário mais positivo olhando para o lado macro e isso deve representar uma melhora adicional, dado que o cenário já é bem positivo no setor de shoppings”, afirmou, segundo o veículo.

Margato, que é gestor de fundos como o HGRU11 (renda urbana) e o HGLG11 (logística) do Pátria, se mostrou menos otimista quanto à macroeconomia do País em 2025.

“O ano que vem deve ser mais difícil”, reflete. “Tem uma dificuldade grande de o Brasil alcançar uma meta de inflação de 3% e o [Banco Central] vai pesar muito a mão nos juros”, projetou o executivo.