O First Republic Bank (FRB) recebeu um socorro dos principais credores dos EUA de US$ 30 bilhões. A injeção de capital visa reforçar as finanças da instituição, que passa por fragilidades depois da quebra do Signature Bank e do Silicon Valley Bank (SVB) que teve, por consequência, a retirada em massa de recursos pelos clientes do FRB.
“As dificuldades financeiras anunciadas pelo SVB geraram um temor. Com isso, a corrida dos clientes para sacar dinheiro antes que o banco quebrasse fez justamente o banco quebrar. Uma profecia autorrealizável”, explicou o economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo, ouvido pelo portal g1.
Segundo o veículo de notícias, o grupo de apoiadores conta com 11 grandes bancos, incluindo o JPMorgan Chase & Co, Morgan Stanley e Goldman Sachs. O FRB já cogitava várias opções para “manter-se em pé”, incluindo a atração do interesse de credores maiores , caso seja colocado à venda, como informou o site “Bloomberg”.
Com sede em São Francisco (Califórnia, EUA), o First Republic sentiu fortemente os impactos do mercado com a crise no setor bancário e viu suas ações derreterem nos últimos dias, o que ligou o sinal de alerta. Na manhã desta quinta-feira (16) os papéis recuaram 31%.
Contudo, especialistas ouvidos pelo g1 dizem que o problema não é sistêmico. Para eles, os indícios não são de um problema sistemático ou estrutural, mas de uma “contaminação” temporária após a quebra do SVB, que faliu diante de uma estratégia equivocada de manter a exposição à alta taxa de juros norte-americana.
Executivos do SVB são processados por fraude
Acionistas do Silicon Valley Bank (SVB) estão processando o SVB Financial Group e dois altos executivos, o presidente-executivo Greg Becker e o diretor financeiro Daniel Beck. O banco está sendo acusado de ocultar o impacto de como o aumento das taxas de juros deixaria o banco “particularmente suscetível” a uma corrida de saques.
A ação coletiva contra a instituição financeira foi apresentada no tribunal federal de San Jose, na Califórnia, nesta segunda-feira (13). Antes do seu colapso, que ocorreu na semana passada, o SVB possuía cerca de US$ 209 bilhões em ativos e US$ 175,4 bilhões em depósitos.
No processo, os acionistas liderados por Chandra Vanipenta argumentaram que o SVB não informou como o aumento das taxas de juros prejudicou o modelo de negócios, deixando pior do que os bancos com diferentes bases de clientes.