First Republic Bank inicia semana fechando em queda

O FRB se manteve em queda nesta segunda-feira (20); as ações do banco fecharam com decréscimo de 47,29%, cotados a US$ 12,14

 

Mesmo após receber ajuda financeira de onze instituições no valor de mais de US$ 30 bilhões, o First Republic Bank (FRB) se manteve em queda nesta segunda-feira (20). As ações do banco fecharam com decréscimo de 47,29%, cotados a US$ 12,14. 

Naquela mesma semana, quando a crise eclodiu, as ações do banco americano desabaram 73%. No acumulado desde o início da derrocada até a sexta-feira (10), os papéis já perderam 80% do valor, o que representa uma evaporação de mais de US$ 13 bilhões em valor de mercado.

De acordo com o jornal The Wall Street Journal, o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, estaria liderando um grupo de negociações com outros bancos norte-americanos para estabilizar os negócios do First Republic Bank — avaliado em US$ 2,84 bilhões na cotação atual. 

Sem dar maiores detalhes sobre o caso, um dos planos seria a conversão parcial ou total do depósito de US$ 30 bilhões em uma injeção de capital. 

Nem o JP Morgan ou o First Republic Bank se pronunciaram sobre os rumores.

 

Entenda a crise

O FRB recebeu um socorro dos principais credores dos EUA de US$ 30 bilhões. A injeção de capital visa reforçar as finanças da instituição, que passa por fragilidades depois da quebra do Signature Bank e do Silicon Valley Bank (SVB) que teve, por consequência, a retirada em massa de recursos pelos clientes do FRB.

“As dificuldades financeiras anunciadas pelo SVB geraram um temor. Com isso, a corrida dos clientes para sacar dinheiro antes que o banco quebrasse fez justamente o banco quebrar. Uma profecia autorrealizável”, explicou o economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo, ouvido pelo portal g1.

Segundo o veículo de notícias, o grupo de apoiadores conta com 11 grandes bancos, incluindo o JPMorgan Chase & Co, Morgan Stanley e Goldman Sachs. O FRB já cogitava várias opções para “manter-se em pé”, incluindo a atração do interesse de credores maiores , caso seja colocado à venda, como informou o site “Bloomberg”.

Com sede em São Francisco (Califórnia, EUA), o First Republic sentiu fortemente os impactos do mercado com a crise no setor bancário e viu suas ações derreterem nos últimos dias, o que ligou o sinal de alerta. Na manhã desta quinta-feira (16) os papéis recuaram 31%.

Contudo, especialistas ouvidos pelo g1 dizem que o problema não é sistêmico. Para eles, os indícios não são de um problema sistemático ou estrutural, mas de uma “contaminação” temporária após a quebra do SVB, que faliu diante de uma estratégia equivocada de manter a exposição à alta taxa de juros norte-americana.