A Fitch, agência de classificação de risco, reiterou a nota de crédito do Brasil, atualmente em “BB”, que corresponde a 2 níveis abaixo do grau de investimento. A perspectiva segue estável, o que indica que a avaliação do Brasil não será alterado nos próximos meses.
Mas, mesmo sem alterações, a Fitch advertiu que a nota do país é limitada pelo fraco crescimento potencial da economia, isso por conta do Orçamento do governo e pela dívida pública crescente e elevada.
Entre outros pontos, o documento da Fitch pede que as reformas em despesas obrigatórias para redução do déficit público continuem, mesmo após a aprovação do novo arcabouço fiscal, de acordo com o “Valor”.
“As perspectivas incertas de redução de grandes déficits orçamentários, apesar da implementação do novo arcabouço fiscal, continuam a ser uma fonte importante de vulnerabilidade macroeconômica, com repercussões adversas para a confiança do mercado e para a política monetária”, destacou a Fitch.
Sem arrecadações extraordinárias que ocorreram este ano, as expectativas fiscais a partir do ano que vem “são ainda menos claras”, declarou a agência.
A equipe considera também que o aumento de algumas despesas obrigatórias indexadas “exigirá uma forte compressão das despesas discricionárias para cumprir o limite máximo de despesas”.
A projeção da Fitch para o déficit primário para 2024 é de 0,7% do PIB. Para a agência, a diversificação da economia brasileira, alta renda per capita, finanças externas fortes e resiliência a choques e baixa parcela da dívida em moeda estrangeira” são pontos positivos para justificar a manutenção da nota de crédito.
Fitch projeta Selic a 10,25% este ano e mantém previsão do PIB
A agência de classificação de risco, Fitch Ratings, projetou que a Selic (taxa básica de juros) deve encerrar 2024 em 10,25%, com mais um corte de juros pelo BC (Banco Central), segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (17).
Além disso, a agência espera que o cenário em 2025 seja de retomada do ciclo de afrouxamento na política monetária, com a Selic indo a 9,50%. Já para 2026 espera-se que a taxa chegue a 8,50%.
Para a Fitch, o ambiente externo “mais incerto”, devido à estimativa de juros restritivos nos EUA por mais tempo, levou o BC a adotar uma “postura mais cautelosa” quanto à política monetária.