Perspectiva

Fitch projeta taxa de inadimplência estável em 2024 para bancões

Recuperação de créditos deve ser um ponto de partida na qualidade de ativos

Fitch projeta indicador de inadimplência estável em 2024 para grandes bancos
Foto: Divulgação / Itaú

O diretor sênior de Instituições Financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, declarou que a agência prevê que a taxa de inadimplência dos grandes bancos se mantenha em 8,3% este ano, praticamente inalterada em comparação com os 8,4% registrados em 2023.

“Vemos que o fluxo de entrada de créditos piores deve diminuir em 2024, apoiado em um nível de concessão de crédito mais restrito e nos grandes reconhecimentos de perdas”, afirmou.

Gallina observou que a recuperação de créditos deve ser um ponto de partida crucial para a qualidade dos ativos, e isso pode variar entre os bancos devido às diferenças em seus perfis de crédito e apetite por risco.

Os comentários foram feitos em um seminário online realizado na quinta-feira (14) de março, para discutir o relatório divulgado em fevereiro, que analisa quatro grandes bancos: Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil.

Ele também observou ter recebido dos bancos comentários sobre a redução na originação de empréstimos consignados, uma linha de crédito mais barata devido às garantias.

Isso pode levar as famílias a buscar créditos mais caros, potencialmente aumentando o endividamento e prejudicando o indicador de inadimplência no futuro. “Mas hoje esse não é um ponto de atenção”, afirmou.

Além disso, Gallina declarou que o rating atribuído à qualidade dos ativos dos quatro bancos é BB, superando a matriz implícita, devido ao sólido índice de provisionamento do Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, e do BTG, graças ao mix de crédito focado em large corporate.

“Cortes adicionais nos juros devem ajudar na capacidade de ‘repagamento’ dos tomadores e os bancos a ter um controle mais eficiente da qualidade dos ativos”, finalizou o diretor da Fitch Ratings.

Fitch: mercado de investimentos do Brasil deve ser mais concentrado

Agência de classificação de risco, Fitch Ratings, afirma que a onda de fusões e aquisições de plataformas de investimentos digitais independentes mostram que o setor tem desafios a enfrentar.

Sendo assim, a agência prevê que esse movimento leve a maior concentração no mercado de investimentos brasileiro. 

Segundo relatório divulgado pela Fitch, os bancos maiores foram pressionados no fortalecimento de suas linhas de produtos, ao passo que novos empreendimentos de tecnologia financeira bem estabelecidos tiveram oportunidades de comprar ativos de concorrentes, visando defender sua participação de mercado. 

De acordo com o Valor Econômico, nos últimos 3 anos o mercado brasileiro teve fusões e aquisições relevantes. Como foi o caso da Easynvest pelo Nubank (ROXO34); da Toro pelo Santander (SANB11); Necton e Órama pelo BTG Pactual (BPAC11).

Recentemente, outra operação que mexeu com o mercado foi a compra da Guide Investimentos pelo Banco Safra,  anunciada em 7 de Fevereiro.


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