O fluxo dos fundos do mercado monetário devem se estabilizar este ano, segundo a Fitch Ratings, agência de classificação de risco. O movimento vem após as entradas expressivas observadas no ano passado.
De acordo com o Estadão, o alívio nas políticas monetárias deve impactar os rendimentos desses fundos com atraso, disse a Fitch. Mesmo que os bancos centrais de países desenvolvidos decidam pelo corte de juros mais rápido.
Conforme pontuado pela agência, nos EUA, os ativos gerenciados pelos fundos do mercado monetário tiveram expansão de 21% em 2023, em cerca de US$ 6,3 trilhões. Ao passo que os agentes do mercado aproveitaram os juros altos e as saídas de depósitos, entre o cenário turbulento dos bancos regionais.
Enquanto isso, na Europa e na China, a quantidade de ativos sob essa categoria de gestão também cresceu a 11% e 85, respectivamente, segundo a Fitch.
“A Fitch espera que os cortes nas taxas de juros dos bancos centrais no segundo semestre deste ano e a reforma regulatória no setor de fundos monetários dos EUA e da China tenham um impacto limitado nos fluxos gerais, embora cortes nas taxas mais rápidos do que o esperado possam acelerar as saídas de MMF”, afirmou.
“No entanto, esperamos fluxos equilibrados na indústria, dada a presença do efeito de duração, permitindo aos FMM adiar o impacto dos cortes nas taxas diretoras sobre os rendimentos dos fundos”, acrescentou a Fitch.
Fitch projeta taxa de inadimplência estável em 2024 para bancões
O diretor sênior de Instituições Financeiras da Fitch Ratings, Claudio Gallina, declarou que a agência prevê que a taxa de inadimplência dos grandes bancos se mantenha em 8,3% este ano, praticamente inalterada em comparação com os 8,4% registrados em 2023.
“Vemos que o fluxo de entrada de créditos piores deve diminuir em 2024, apoiado em um nível de concessão de crédito mais restrito e nos grandes reconhecimentos de perdas”, afirmou.
Gallina observou que a recuperação de créditos deve ser um ponto de partida crucial para a qualidade dos ativos, e isso pode variar entre os bancos devido às diferenças em seus perfis de crédito e apetite por risco.
Os comentários foram feitos em um seminário online realizado na quinta-feira (14) de março, para discutir o relatório divulgado em fevereiro, que analisa quatro grandes bancos: Bradesco, Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil.