Ativos do fundo da Adam Macro apresentaram um declínio de 90% em meio à disparada alta da taxa básica de juros ao atingir a casa da 7,75%. Neste cenário, com o mercado precificando um pico de 12% sobre a selic para 2023, investidores podem obter retornos gordos apenas comprando títulos do governo de menor risco.
Os investidores também têm buscado opções mais seguras ao considerarem as projeções de fraco crescimento econômico nacional e volatilidade política.
Enquanto isso, as projeções de fraco crescimento econômico e volatilidade política, com o presidente Jair Bolsonaro buscando a reeleição no próximo ano, fizeram os investidores buscarem opções mais seguras. Se for adicionado a isso o fato de multimercados serem produtos caros e que, em muitos casos, entregaram desempenhos medianos, fica cada vez mais difícil justificar esse tipo de investimento.
De acordo com Claudia Emiko Yoshinaga, professora de finanças da Fundação Getúlio Vargas, o investidor individual ficou intimidado e por isso preferiu optar por uma estratégia com menor risco. “Os investidores anteciparam um pouco a turbulência do ano que vem e estão voltando agora à renda fixa, que sempre foi seu DNA”, analisa Yoshinaga.
A indústria do investimento nacional é afetada pela migração massiva para a renda fixa e com isso, irá culminar em receitas encolhidas. Os multimercados encontrarão dificuldades para reter o talento contratado dos bancos nos últimos anos.
O “fenômeno Adam”, como ficou conhecido nos círculos financeiros, estimulou traders de bancos como Itaú, JPMorgan Chase e Santander a seguir seu exemplo, abrindo novas gestoras na esperança de pelo menos dobrar seus salários.