"Operação Greenwashing"

Fundo da AZ Quest tem queda histórica após escândalo criminoso

O AZ Quest Sole tem parte em um fundo envolvido com a "Operação Greenwashing", da Polícia Federal, que prendeu acusados de grilagem

Foto: Pexels
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Uma operação da Política Federal, nomeada “Operação Greenwashing”, apontou os sócios da Stoppe LTDA como líderes de uma organização criminosa. Tal operação, que aponta um esquema de grilagem de terras no Amazonas, chegou aos Fiagros (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais) da AZ Quest, o AZ Quest Luna (AZQA11) e o AZ Quest Sole (AAZQ11).

O AZ Quest Sole, negociado na Bolsa, tem uma fatia de 10 %, no Caetê FIDC. No pregão de quarta-feira (12), o Fiagro teve um tombo de 6,8%, somando perdas de 15% em junho. O Caetê FIDC (Fundo de Direitos Creditórios) investe em um CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) emitido pela Stoppe LTDA, de acordo com o “Valor”.

Já o outro fundo, AZ Quest Luna, tem participação de 5,78% no Caetê, porém, ele não é negociado em Bolsa.

Os CRA que estão na carteira da Caetê Fiagro se envolvem diretamente com a operação da PF, pois estão lastreados em notas comerciais emitidas pela Stoppe LTDA. 

Ricardo Stoppe Júnior e Ricardo Villares Lopes Stoppe, seu filho e sócio, foram presos na última semana, ocasião em que a PF deflagrou a operação.

As garantias do Certificado emitido pela Stoppe LTDA eram créditos de carbono gerados em terras griladas – territórios que pertencem à União e foram invadidos – negociados ilegalmente. 

A PF acusa os membros da família Stoppe de fraudar documentos para exploração ilegal na Amazônia. A operação estima que cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono foram vendidos. 

Fundos dizem avaliar prejuízos e medidas de proteção

AZ Quest, em fato relevante, como investidora do fundo titular dos CRAs (Caetê FIDC), afirmou que já está avalia, junto com escritório de advocacia, as medidas que serão tomadas na proteção dos interesses dos titulares indiretos dos CRAs, tanto na esfera cível como na criminal.

Após o escândalo, a Vórtx e a Ceres Asset, administradora e gestora do Caetê, respectivamente, já reavaliam 50% do patrimônio líquido do FIDC.

Através de fato relevante, ambas as empresas disseram estar empenhadas em obter informações adicionais para investigar a existência e a extensão de eventuais impactos nos ativos.

Bem como no valor do CRA e na carteira do fundo, além de manobras para proteger os interesses dos cotistas.

A AZ Quest prevê um impacto de 7,82% no valor patrimonial unitário da cota do AZ Quest Sole, além de R$ 0,015 no pagamento dos proventos mensais.

Já para o AZ Quest Luna, a consequência será de 1,93% no valor patrimonial unitário da cota do fundo. A sequela sobre os dividendos só deve vir em junho e julho.

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