Os fundos de ações têm demonstrado um desempenho ruim em 2022. Em meio a alta da inflação, aumento da taxa de juros e baixa do Ibovespa, os ativos já somam perdas de mais de R$ 38 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Mesmo com um desempenho negativo, de acordo com a consultoria de dados “ComDinheiro”, 40 fundos seguiam com uma captação positiva até dia 9 de junho. O levantamento foi pedido pela revista “Exame”.
O recorte levou em conta ativos com mais de 1.000 investidores, para excluir fundos exclusivos, destinados a um ou a um pequeno grupo de investidores.
As captações mais volumosas ficaram, em boa parte, com as gestoras de bancos de varejo. Logo em seguida, os fundos de dinâmicas mais simples (aqueles que replicam o Ibovespa ou os que trabalham com ações de uma única empresa) aparecem em posições destacadas da lista.
O número um da lista, gerido pelo Banco do Brasil (BBAS3), captou cerca de R$ 270 milhões com a estratégia simples de replicar o Ibovespa.
O fundo Itaú que aplica em ações da Petrobras (PETR3;PETR4) também registrou um saldo positivo de R$ 42 milhões.
As gestoras independentes também estão conseguindo conquistar o investidor. A Absolute tem conseguido atrair investidores por meio da sua estratégia fundamentalista de análise. Os agentes econômicos têm visto na crise uma oportunidade de montar posições vendidas e compradas.
“Nosso modelo é o que eu chamo de análise microfundamentalista. Fazemos uma boa avaliação da empresa, dos seus múltiplos e desempenho, e depois usamos o cenário macro para validar a tese. Por exemplo: as projeções do câmbio, que fazem parte do macro, mudam completamente o valuation de um ativo”, afirmou Christian Faricelli, sócio da Absolute.
As principais apostas do fundo de ações no último ano foram no setor de commodities, especialmente em celulose e petróleo. Além disso, a companhia montou posição vendida em empresas de tecnologia.
Em 2021, os fundos de ações perderam mais de R$ 14 milhões.