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Fundo JBS aporta R$ 100 mi para monitorar fornecedor de gado

O fundo vai fomentar e financiar a criação dessas novas estruturas na região amazônica

O Fundo JBS pela Amazônia está alocando R$ 100 milhões como parte de uma nova estratégia da empresa para assegurar que os animais destinados aos frigoríficos não provenham de áreas desmatadas. O objetivo é estabelecer uma nova etapa na cadeia de suprimentos, na fase de nascimento dos animais, que é chamada de “Hub”.

O fundo buscará promover e financiar a implementação dessas novas infraestruturas na região amazônica, viabilizando às indústrias a rastreabilidade da procedência dos animais desde o momento do nascimento. Os “hubs” serão colaborativos, funcionando em conjunto com pequenos criadores de gado locais, em um modelo semelhante ao já existente nas indústrias de aves e suínos.

Na prática, o “hub” será uma entidade que controla um conjunto de matrizes e é responsável pela produção de bezerros, que são rastreados desde o momento do nascimento. Esses animais são então fornecidos aos criadores de gado com aproximadamente oito a nove meses de idade, acompanhados por assistência técnica, apoio nutricional e sanitário, além de auxílio no acesso a opções de financiamento.

Processo da operação

Os pecuaristas vão assumir a fase da recria e iniciar o processo de ganho de peso dos bezerros, dentro de protocolos pré-estabelecidos. Aos 12 meses, os animais serão devolvidos aos “hubs”, que negociarão os lotes para empresas que atuam na engorda final.

O integrado será remunerado com 50% do ganho de peso obtido entre a chegada dos animais e a devolução ao “hub”. Nesse período, a expectativa é que os bezerros ganhem de seis a sete arrobas.

O primeiro “hub” que receberá recursos do fundo é a empresa Rio Capim. Ela entrará em operação com um projeto piloto em novembro, juntamente com 26 pequenos pecuaristas, para validar modelos de contratos, relacionamento e operação.

“No piloto, estamos falando na geração de mil a 1,2 mil bezerros por ano, mas queremos chegar aos 100 mil nos próximos cinco a seis anos”, afirma Valmir Ortega, CEO da Rio Capim. Ele lembra que a meta estabelecida pelo Fundo JBS é que todos os “hubs” estabelecidos forneçam, pelo menos, 350 mil bezerros, rastreados e monitorados desde o nascimento.